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Incursões

Instância de Retemperação.

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Um voto em André Villas-Boas

José Carlos Pereira, 26.04.24

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Amanhã, dia de eleições para os órgãos sociais do FC Porto, voto convictamente pela mudança, voto em André Villas-Boas. Depois do que aqui escrevi aquando das eleições de 2016 e das razões que aduzi para o meu voto em branco nas eleições de 2020, é natural a minha opção pela candidatura de André Villas-Boas.

Em 2020 votei pela primeira vez nas eleições do FC Porto e votei em branco pelo facto de não vislumbrar nas candidaturas alternativas a Pinto da Costa o "percurso, a experiência de gestão e a liderança necessária para inverter a situação" em que se encontrava o clube. Desde então, a realidade do FC Porto agravou-se de forma notória e acredito que André Villas-Boas e a sua equipa asseguram as competências necessárias para iniciar um novo ciclo na gestão do clube. Aliás, mesmo que alguns erros de percurso possam vir a ser cometidos pela novel equipa directiva, prefiro suportar esses custos de inexperiência a continuar a ver no poder uma estrutura que conduziu o FC Porto a uma situação financeira insustentável, aumentando para valores incomportáveis o passivo e a dívida, com reflexos evidentes na perda de capacidade competitiva.

Jorge Nuno Pinto da Costa foi um presidente com uma acção notável e inesquecível. O seu trajecto jamais pode ser olvidado. Contudo, a última dezena de anos foi um absoluto desastre. Os títulos passaram a escassear, a situação financeira depauperou-se com opções de gestão erradas, a dívida asfixiou o clube até ficar sob a alçada do fair-play financeiro da UEFA e perder capacidade competitiva perante os seus rivais internos. Contudo, a remuneração elevada da administração e os prémios de gestão mantiveram-se intocáveis. Os prémios foram processados e pagos mesmo em ano de pesados resultados negativos.

O FC Porto passou a ser mais falado pela incapacidade de contratar activos de valor insuspeito, pelas vendas de passes de jogadores abaixo do respectivo potencial valor de mercado, pelas margens exageradas distribuídas por agentes e intermediários, deteriorando as mais valias alcançadas com as vendas de passes de jogadores, e pela necessidade de mendigar apoio financeiro junto de entidades pouco escrupulosas. Era público que alguns desses agentes, a começar pelo filho do próprio presidente, gozavam de acesso privilegiado à administração da SAD, tal como ficámos a saber que aqueles que criaram veículos para "ajudar" financeiramente o FC Porto, agora são catapultados para os lugares de vice-presidente financeiro e CFO da SAD na candidatura de Pinto da Costa. Mal comparado, era como se as raposas fossem levadas para dentro do galinheiro.

Tudo o que se passou nos últimos tempos, já dentro do período oficial eleitoral, mostra o desespero da candidatura de Pinto da Costa. Das declarações proferidas por vários dos candidatos aos compromissos assumidos. O projecto da academia na Maia, com impacto significativo no futuro do clube, foi levado por diante sem qualquer consulta e avaliação prévia dos associados. A venda dos direitos comerciais a uma multinacional, com impacto para os próximos 25 anos, foi concluída de forma incompreensível a poucos dias das eleições. O mesmo se pode dizer da renovação por quatro anos do contrato com o treinador. Candidatos a vice-presidentes como António Oliveira, que em tempos não muito distantes se mostrou animado para uma candidatura a presidente do...Sporting, ou João Rafael Koehler, aparecem a falar em público como se já fossem da casa e conhecedores da realidade interna do clube.

Pinto da Costa, que agora até diz que não haverá prémios de gestão, não soube detalhar, em várias entrevistas, quanto custará o projecto da academia da Maia ou quais são os juros suportados pela SAD no financiamento assegurado através dos veículos associados a João Rafael Koehler. Outros saberão as respostas! Ontem, Pinto da Costa já foi admitindo que pode vir aí coima pesada da UEFA devido a incumprimento, "por dez ou 12 dias", das regras do fair-play financeiro. Enfim, é tudo mau demais.

A mudança é imprescindível. Os associados reclamam mais transparência, mais sobriedade na administração, mais ponderação nos negócios, um maior nível de escrutínio e uma estrutura mais diligente na prestação de informação. André Villas-Boas e a sua equipa transmitem as garantias necessárias para acreditar num novo ciclo assente numa gestão rigorosa, criteriosa, mas também ambiciosa. 

Voto convictamente pela mudança. Voto em André Villas-Boas!

 

 

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