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Incursões

Instância de Retemperação.

Incursões

Instância de Retemperação.

estes dias que passam 973

mcr, 15.03.25

Uma cultura política se desperdício

mcr,  16-3-25

 

Não, não vou referir-me ao penoso espectáculo da sessão parlamentar onde se discutiu (???) a moção de confiança. Menos ainda as trocas de galhardetes que ao longo destas duas últimas semanas se foram sucedendo.

alguns leitores terão conseguido assistir a tudo aquilo pois lá terão sentido que em período quaresmal convém sofrer para tentar  apagar boa parte dos pecados.

Nisto de sacrifícios oferecidos a Deus conheci dois exemplos perfeitos. Uma senhora dona de uma loja de móveis abstinha-se durante estes quarenta dias de comer chocolates que eu, maldoso e incréu, lhe levava propositadamente para a ouvir recusar sem unca confessar o motivo  da recusa.

O segundo é o do excelente e seguramente já falecido padre Cruz  capelão militar no que na época se chamava Lourenço Marques.

Cruz, amável eclesiástico a quem, por pura mas amigável malícia eu chamava padre Katz em lembrança de um dos extraordinários heróis do "Valente soldado Chveik"  (leiam Jaroslav Hasek, leitores, leiam um dos maiores génios literários do sec XX e da extinta Checoslováquia. hoje reduzida à República Checa) era um dos muitos companheiros de bridge de meu pai. Companheiro é pouco 

 pois o padre era um medonho viciado no jogo.

Durante a Páscoa, oferecia com mais que doloroso sacrifício um jejum absoluto à mesa de jogo. Chegado o sábado de aleluia eis que Cruz vencido o demónio das tentações aparecia reluzente, fresco e pimpão à primeira hora do perído de jogatana. Os amifos não apareciam ou se apanhados por ele escusavam-se. Não podiam, não lhes apetecia. tinham que sair, enfim, um rosário de desculpas que punha Cruz  crucificado e à beira da apoplexia. Aquele complemento de Sexta Feira da Paixão durava escassos minutos mas isso bastava para lembrar ao cléigo que os parceiros de bridge tinham por vezes um ataque de laicismo.

Terminado est apontamento pascoal, voltemos à vaca dria.

Dois meses, dois inteiros meses até que se chegue às urnas!

Países seguramente menos civilizados que Portugal despacham este assunto em escassas semanas e, uma vez realizadas as eleições o Governo constitui-se num período curto quando não é curtíssimo.

Não vale a pena por mais no desenho para se perceber quanto a coisa, entre nós, é lenta, pesada e cara

Uma segunda questão em que hei de insistir até morrer é o facto de a votação recairem listas e não serem uninominais. Isto resulta na completa desreponsabilização dos eleitos perante os eleitores  que, aliás no caso dos maiores círculos nem sequer conhecerem em quem votam. Votam num magote, enfendrado pelos aparelhos o que significa que não são escolhidos os melhores mas tão só os mais obedientes, osque não causam problemas nem têm uma eventual visão crítica  sobre alguma posição partidária...

No meu caso (cidadão votante no Porto) tenho pela frente a tarefa de pôr o papel em trint e seis criaturas (mais os suplentes) pelo que desafio quem quer que seja a afirmar que conhece perfeitamente ou quase (ou só um bocadinho)os felizes eleitos.

Também nisto somos quase únicos e o resultado vê-se.

Poderia juntar a esta penitencial lista mais um par de razões mas hoje é sabado, fim de semana se não chover, e os leitores tem mais em que se entreter. Aguentem a campanha que vai ser memorável  mas, pelo menos, compareçam no local de voto. há sempre o voto branco ou o voto nulo quanto mais não seja para não se assistir outra vez a uma gigantesca abstenção,

E, aproveitando a época, rezem para que não saia eleito outro amigo do alheio...

estes dias que passam 972

mcr, 12.03.25

 Não vale a pena chorar pelo leite derramado

mcr,  12-3-25

 

Ontem, como se já se sabia, o Governo caiu. Poderia ter caído  antes, caso o PS tivesse votado qualquer uma das moções de censura. 

Por razões mais que duvidosas, senão incompreensíveis, o sr Pedro Nuno Santos deixou  o Governo subsistir.

Parece que, apesar da impiedosa acusação à acção governamental, o PS entendeu prolongar uma espécie de agonia que seria coroada por um (mais um!...) inquérito parlamentar. 

Por outras palavras "a pátria estava em perigo mas convinha prolonga-lo para o naufrágio ser mais tremendo"

Não sei se "o terror das perninhas dos banqueiros alemães" alguma vez pensou que quando o mal começa o melhor é atalha-lo quantos antes para tentar estancar a infecção  antes que ela se transforme em septicemia...

O  Governo,  pouco dado aovauto-sofrimento, trocou-lhe as voltas com a apresentação de uma moção de confiança.

Resta saber, apesar das sondagens parecerem desfavoráveis ao PS, se novas eleições mudarão o cenário político.

Também não se sabe se, apesar do constante gotejar de escândalos, o Chega  vê chegado o fim pouco glorioso do seu percurso. 

No que toca à pequena multidão de extrema esquerda também não se avista qualquer espécie de progressão eleitoral.

Tudi isto verificado, a questão fundamental passa a ser uma: conseguirá o PSD aumentar significativamente a sua votação. É verdade que fez tudo o que lhe foi possível para isso.

Em boa verdade, a historieta da empresa de Montenegro, não ajuda muito mas também não dá muito pano para mangas a qualquer acusação séria de corrupção.

É verdade que a argumentação  baseada na transferência da empresa para espos casada em regime de  comunhão de adquiridas, mesmo legal, não diminui o património do marido, como este poderá ter (erradamente) pensado. O facto da referida empresa não ter distribuído dividendos  não diminui o mesmíssimo património.

Como sou pessoa generosa, ingénua e incapaz de ver o mal em tudo, tenho por mim que a maior culpa de Montenegro é o seu extenso desconhecimento das mais elementares regras jurídicas. O que, para um advogado é péssim. Ou então é burrice supina. Neste último caso não merece governar sequer uma freguesia.

De todo o modo, uma comissão parlamentar (e basta olhar para as que vão aparecendo) é uma perda de tempo e de dinheiros públicos. E inibe qualquer governação possível mesmo que apagada. 

Todavia, o parlamento gosta de brincar os detectives ou aos polícias e lafrões numa manifestação infantil de regresso a uma infância feliz, descuidada mas claramente inepta para levar o país para a frente.

O comentariado enterneceu-se com mais esta "abébia" para  dizer o seu par de inutilidades que, porém, rende muito cacau ao comentador...

Hoje uma senhora jornalista pouco versada em História, veio dizer que nem na 1`República houve tantas eleições legislativas em tão pouco espaço de tempo. Mesmo sendo verdade, conviria esclarecer a plumitiva que essa primeira e pouco gloriosa república teve cinquenta e um governos em pouco menos de 16 (dezasseis!...) anos.  E que nos intervalos ainda houve toda a espécie de episódios macabros como revoluções, golpes de Estado, assassinatos de políticos e muita, mas muita morte de civis às mãos de milícias terroristas, armadas , bombistas (a famosa "artilharia civil") que nos intervalos atacavam jornais, sindicatos, instituições religiosas  ou laicas. Não admira que tivesse caído sem um tiro frente a um general Gomes da Costa que saído de Braga em marcha lenta foi aceitando a rendição e ades\ão de todas as unidades militares no caminho de Lisboa derrubando o regime sem um tiro e aplaudido por algumas elites intelectuais ou sindicais que pouco depois obviamente se arrependeram. No rescaldo dessa  marcha lenta e fúnebre, um certo dr Salazar governou o país até cair da cadeira redentora mas podre onde se sentou. 

A ver vamos o que sai disto.

A primeira e grave coisa é que mais uma vez os portugueses são chamados a votar em molhadas de candidatos que por serem muitos nunca darão ao eleitor a possibilidade de pedir individualmente contas a quem senta o dito cujo em S Bento para só o levantar á ordem do chefe da bancada para dizer sim ou não. 

Enquanto este sistema não for modificado para outro baseado na eleição uninominal de deputados, nada feito.

Continuaremos a ter  uma assembleia em que nem sequer dez por cento dos eleitos é reconhecível como dignos de ali estarem. O resto votará sempre à ordem dos joãozinhos das perdizes nomeados pelos aparelhos para pastorear o resto dos par(a)lamentares...

Até que apareça um salvador e todos sabem o que "salvador" quer dizer neste pobre país .

 

 

 

 

au bonheur des dames 623

mcr, 08.03.25

entre marido e mulher 

mete a colher

 

mcr. 8-3-25

 

As leitoras e os leitores (se é que mereço tais plurais) sabem que o provérbio  de que socorro não é exactamente assim. 

Bem pelo contrário a segunda parte rezava "não metas a colher". Todavia, hoje, como aliás, sempre, foi meu entendimento que havia de meter não uma, sequer duas colheres mas um faqueiro inteiro, se possível o de 24 peças...

Não que eu seja feminista mas tão só porque, desde cedo tive um belo lote de amigas e isso sempre me preparou para  considerar que tratar mal uma mulher, considerá-la inferior, era mais do que uma cobardia uma falta ao que nos torna a nós homens mais humanos. Ou simplesmente humanos.

Tive a sorte de frequentar quase sempre liceus mistos mesmo se pelo menos nos intervalos houvesse recreios separados que o Estado Novo "protegia" as virtudes  com maior afinco do que a Igreja, ou as Igrejas para ser mais exacto.

Ainda hoje me gabo de ter amigas desde os tempos da escola primária ou do liceu até às da universidade e posteriormente da vida profissional.

E quando digo amigas, distingo-as das namoradas que, Deus seja louvado, também fizeram o favor de me aturar.

De quando em quando, lá me aparece uma "velha à conversa" amiga com quem me sento à mesa da esplanada falando de tudo um pouco  e sempre com largo proveito meu. De certo modo, acho que as mulheres olham para o mundo e para as suas bizarrias de um modo ligeiramente diferente do meu e que isso me abe perspectivas interessantes e estimulantes para o tentar entender.   

Por isso, p dia 8 de Março pouco ou nada me diz. Ou, mrelhor, irrita-me e infigna-me a simples ideia de haver um dia da mulher como se se excluíssem os restantes 364 dias do ano, esses sim devotados ao homem ou ao que resta de certas tradições patriarcais  que ainda relembram o dito "ao homem a praça, à mulher a casa". 

Isto para não citar o dito alemão (e eu ainda o ouvi um par de vezes nas terras teutónicas) que reservava às mulheres o clássico trio  "Kirche, Kuche,  Kinfer", o mesmo é dizer igreja, cozinha e crianças. 

Portanto, se antipatizo com a celebação não deixo de, à luz crua da realidade, verificar que a longa batalha das mulheres pela igualdade de direitos e deveres ainda vi  ter muito que andar.

São os salários que em condições iguais são sempre mais baixos, são a sobrecarfa de deveres no casal a cair sempre em cima da mulher, é a violência de género que por cada vítima masculina aponta vinte vítimas feminínas,

São os tribunais (e mesmo certas juízas mulheres) que decidem muitas vezes contra a mulher ou desculpam as malfeitorias masculinas  com uma espécie de conformismo com o sarro infame da tradição, enfim são  e há que dizê-lo sem receio, muitas mulheres que  aceitam passivamente um lugar mais que secundário na relação homem mulher. 

Tenho sobre a ideia de quotas por género muitas dúvidas quanto mais não seja porque a simples ideia de quota pode significar um favor, um entorse à igualdade, à competência e à inteligência.

E , convenhamos, basta reparar em certos pormenores para verificar que mesmo sem quotas, as universidades cada vez tem mais mulheres que homens. que certas profissões dantes consideradas exclusivo de homens são maioritáriamente exercidas por mulheres (médicos, magistrados, professores, investigadores científicos  -notem que, nesta lista, só empreguei, et pour cause, o masculino-).

Finalmente, costumo afirmar que não dou para o peditório "progressista"  que garante as virtudes endógenas da Esquerda como suporte único da igualdade homem mulher. Basta olhar para os setenta anos de socialismo real da URSS para verificar não só a falsidade do conceito como sobretudo perceber que durante esse período a causa das mulheres e a sua independência não passaram de uma caricatura.

E não é a actual China, a Coreia do Norte, Cuba ou a Venezuela que  poderão ilustrar tese contrária. Pelo contrário!

 

(seriam muitas as destinatárias  deste texto mas justamente por isso, entendi dedicá-lo à memória de duas amigas recentemente desaparecidas Teresa Alegre Portugal e Fernanda Dias Taborda, dois magníficos exemplos que, uma vez mais, quero recordas com fraterna ternura e indisfarçável carinho.

E junto-lhes a prima Maria Manuel  Viana e a amiga de infância Teresa Estrela Esteves. )

O título do folhetim remete para mais um apelo à solidariedade cidadã com as vítimas de violência de género. Que ninguém assobie para o lado ou passe fingindo não ver. Recusem qualquer solidariedade com o agrssor cobarde!

estes dias que passam 971

mcr, 28.02.25

Navegar em águas turvas.. .

(como de costume...) 

mcr, 28-2-25

 

A sombra do almirante Gouveia  e Melo  estende-se implacável no comentariado e nos candidatos  (efectivos ou virtuais). 

Sempre que se lembram, eis que assestam baterias sobre  o marinheiro e disparando à queima roupa salvas de pólvora seca. 

Eu sou pouco dado a fardas sejam elas as de escuteiro, de tropa ou de porteiro de hotel de luxo.

Vivi alguns poucos anos  entre fardas militares e mesmo que genericamente só quase tenha encontrado gente simpática sempre pensei que aquele mundo não era para mim.

Sou, provavelmente, um civil notório, um paisano até ao sabugo, mas isso não significa que despreze a classe militar, que a julgue inútil  ou inepta.

Só que, desde cedo, sempre pensei que para cada De Gaulle ou cada Eisenhower apareciam 5 Franco, dez Pinocher ou vinte Videla...

Quando, nos idos de 58, tinha eu 17 ingénuos e ignorantes  aninhos! (oh que saudades!....), Portugal foi riscado pelo cometa Humberto Delgado preferi-lhe, de início, a frágil figura de Arlindo Vicente, um advogado  com menos carisma mas, apesar de tudo, um civil. 

Estava farto de militares, fossem eles a sombra de Carmona ou a inerte presença de Craveiro Lopes, caído em desgraça  perante Salazar, um civil  matreiro, rural , inteligente e capaz de tudo para se manter no poder.

(e convém recordar que mesmo depois de ser levado para S Bento por militares, nunca se deixou açaimar por eles e, com paciente sentido de acção, sempre fez o que lhe apeteceu, como e quando  lhe apeteceu...)

 

Claro que entre Delgado e o homem de mão de Salazar, um almirante  esparvoado mas perigoso, se pudesse votar teria preferido o primeiro.

O tempo, porém, revelou as fragilidades de Delgado, a sua   profunda incapacidade política, o seu alucinado arrojo (que o levou à morte  numa terreola de Espanha, miseravelmente enganado por um agente da pide  de quem muitos, senão todos, desconfiavam) .

Todavia, a minha falta de empatia com militares, não vai ao ponto de, a exemplo de uma jornalista tonta., chamar a Gouveia e Melo "o almirante das vacinas".

É verdade que chefiou com  inegável competência o grupo de trabalho que logrou criar condições mundialmente  (insisto: mundialmente) conhecidas e  reconhecidas como exemplares no combate à pandemia. Porém, antes disso, teve uma carreira pejada de sucesso a pontos de chegar onde chegou. e de adquirir o prestígio militar de que goza.

Aliás, é esse prestígio (anterior e posterior à sua passagem pelas "vacinas") que confunde e exaspera um bom número de criaturas espavoridas com as sondagens que o dão como vencedor em todos ou quase todos os cenários eleitorais,

Estamos, entretanto, muito longe da eleição, desconhecemos quantos e quais serão os candidatos no terreno, não está ainda confirmada a candatura de Gouveia e Melo, pelo que os avisos de um par de pseudo Cassandras são (como na "batalha naval" dos meus tempos de liceu) "tiros na água".

Repito, como "aviso à navegação",  que não serei votante do almirante  coisa que só aconteceria se a  2ª volta das eleições se travasse entre ele e o cavalheiro Ventura ou outro do amesmo teor e substância. No entanto, e fazendo figas para que tal não ocorra, é tempo de pedir que a caça ao marinheiro não se transforme numa montaria falsificada  e cobarde. 

O homem merece respeito e, já agora, algum reconhecimento pelo que fez. Açém disso, estão já anunciados ou pré anunciados alguns candidatos que poderão ter um vago passado político de via reduzida mas que tudo indica que são menos dignos da Presidência do que Gouveia e Melo que, como ele próprio afirma, não tem nenhuma capitis deminutio  política ou cidadã.

(a menção "aviso à navegação" é roubada de um título de Joaquim Namorado, poeta, resistente, homem sábio e meu amigo) 

estes dias que passam 970

mcr, 27.02.25

no "reino da estupidez"

mcr, 27-2-25

 

Permito-me roubar a Jorge de Sena parte do título de um dos seus livros, para me perguntar em que país estamos. 

A história não mereceria sequer um comentário não fosse dar-se ocaso de um dos intervenientes ser (ou ser considerado por três basbaques) um "influencer". Só isso já consistiria numa pataratice absurda mas, ao que a televisão (SIC) conta, a criatura leva-se a sério e afirma-se "influencer".

De ser influencer é ser alguém capaz de seduzir (pela inteligência, pelo humor , pela beleza ou pelos seus feitos desportivos ou até pela crueldade ou dalta de escrupulos) umas dezenas, centenas ou milhares de cidadãos  de baixo QI e pouca ou nenhuma auto-confiança ou auto-estima,  já me parece (mau)  sinal dos tempos.

Todavia, no caso em apreço, anda por aí à solta uma criatura que além de se achar influencer lá terá um séquito de pobres diabos a beber-lhe nas  redes sociais, as palavras as ideias  sem perceberem o ridículo de tal condição.

Ora, numa sessão de palermices  de baixo teor (a crer que a televisão não tentou distorcer o teor da fraca conversa e pior figura da referida criatura influencer por conta própria)  a personagem confessou entre gargalhadas esparvoadas e momices de circo pobre que teria atropelado uma cidadã. A confissão, pelos vistos, trazia uma tal cópia de pormenores que rapidamente se soube ou se deduziu sem margem a dúvidas  que corrspondia a factos reais, a uma vítima real e a um lugar igualmente reconhecível.

A polícia ou o MP entenderam que, pelo menos, havia que abrir um inquérito tantojmais que a pessoa atropelada sofrera ferimentos de gravidade cujas consequências parecem ainda não ter cessado de a incomodar e afligir.

Pelos vistos  com a lentidão que o pouco ou nenhum bom senso  (nem vale a pena falar aqui de inteligência aparentemente inexistente) eis que a criatura influencer caiu em si. 

E vá de pelos mesmos meios usados para o cacarejos apalermados que produz, vir em alta grita proclamar a sua inocência.

Afinal não suceera nada, não atropelara sequer uma barata bêbada e tudo o que afirmara na televisão era apenas uma prova da sua delirante imaginação, gargalhadas e esgares incluídos.

A televisão parece não ter acreditado  nesté patético e pateta volte-face, voltou à carga, entrevistou a vítima do atropelamento real, a polícia lá se mexeu e o MP também,

Hoje a influente criatura está em África longe da eventual masmorra  onde deveria estagiar  porque, vejam bem!, sentiu-se ameaçada. Ameaçada não se sabe bem por quem pois a vítima apenas quer justiça, a políca apenas o quer identificar e ouvir e o MP tem vontade de se mexer quanto mais não seja porque havia uma queixa antiga, um processo e, frto de chatear políticos, entendeu lançar a rede ao encapelado mar da multidão influencer (verdadeira ou presumida).

Convenhamos que tudo isto cheira que tresanda, que a criatura gabarola devia dar com os costados na cadeia não tanto (mas também) para pagar a malfeitoria, a cobardia da fuga sem socorrer a vítima  mas ainda para ver se uns dias de repouso numa cela lhe permitem recuperar se possível algum tino já que não parece usar algo semelhante à inteligência..

E, já agora, pelos vistos, nem com tantos dados na mão, houve da parte da polícia e do MP  o cuidado de vigiar telefonicamente o eventual suspeito de atropelamento e fuga. 

Por cá, não só se entre neste jardim à beira mar plantado como se penetra no moínho da Joana mas também, e este não é o primeiro, sequer o décimo caso de alguém se escafeder para parte incerta quando percebe que a Justiça lhe está no encalço.

Arre!

    

estes dias que passam 969

mcr, 25.02.25

55 anos depois...

... a mesma impressão

mcr 25-2-25

 

Há 55 anos cheguei a Berlin depois de uma tormentosa travessia de parte da RDA por uma auto-estrada que bão devia ver obras desde o tempo do IIIº Reich. 

Obviamente, o meu destino era Berlin ocidental, já cercada por um muro infame  que se aprisionava os alemães ali residentes, condenava ainda mais os de Leste que durante o tempo daquele pesadelo aí deixaram quase mil mortos numa desesperada tentativa de fuga do paraíso "democrático" e protegido pelo exército soviético. 

Uma das primeiras coisas que fiz foi ir ver o lado de lá e o que e me deparou foi uma versão pobre, antiquada da parte pobre e antiga da minha cidade natal. 

Berlin leste, a montra da Alemanha (que só um mal inspirado jornalista francês  chamou "a Dinamarca dos países socialistas". 

É verdade que o lado ocidental da cidade era uma montra das maravilhas do Ocidente  mas nem isso caricaturava o desastre oriental. 

Todavia, Berlin capital da RDA era mesmo assim bem melhor e menos miserável do que o resto da República  "Democrática"  Alemã.

Convenhamos que, para castigo dos que levaram Hitler ao poder aquilo era, quinze anos depois do fim da guerra, um impiedoso castigo.

Entretanto o mundo lá foi mudando, o muro abriu uma imensa  brecha numa noite miraculosa e, pouco depois, o império soviético implodiu  gangrenado por contradições internas.

A lemha de leste foi incorporada na República Federal, perdeu imediatamente mais umas largas centenas de milhares de habitantes e, pouco a pouco, graças a uma gigantesca mobilização de capitais ocidentais, lá se foi reanimando  mesmo que ainda não se possa falar no fim da reabilitação daqueles territórios.

Interessa agora sublinhar que, desde essa época até hoje, o que fora um utopico e impossível Estado "socialista" se transformou numa  região que depois de quarenta anos de poder de uma coisa que, anedóticamente, se chamava "partido socialista unificado", vota agora, e cada vez mais, numa repelente nova versão do radicalismo de Direita que ainda não é nazi mas que, com o tempo, poderá voltar a sê-lo.

Foi nesta região ponto por ponto idêntica  a finada RDA, que a Alternativa  venceu (e cresceu).  

À semelhança de outras regiões onde o "socialismo real" floresceu (sempre à sombra do exército soviético , da polícia política, da proibição de partidos democráticos  e da sistemática repressão das oposições) eis a herança da falência de um mito político e económico.

Que numas eleições gerais a "Alternativa para a Alemanha" conquiste um segundo lugar (20% dos votos) suplantando o velho SPD (Parido Socialista Alemão) eis algo com que nós europeus teremos de lidar.

Mais extraordinário ainda, num mundo que subitamente parece ter mudado, temos que quem dirige esse partido, machista, conservador, xenófobo e pró-russo  é uma mulher(!) lésbica  (!!) que vive com uma oriunda do Sri-Lanka (claramente uma imigrante!!!).

Convenhamos que num país onde a imaginação  não caracteriza especialmente a sua gente, a coisa merece um breve apontamento ou pelo menos alguma incredulidade.

Ou, não fora dar-se o caso de isto ser grave, talvez merecesse um sorriso.

Pelos vistos não bastava o tiranete russo, os seus amigos norte coreanos e iranianos, a indisfarçável protecção chinesa ou o delírio absoluto de Trump. Aí está agora, bem fora do armário, o espectro de um fantasma que, uma vez mais, ronda a Europa 

estes dias que passam 967

mcr, 21.02.25

"no  melhor pano..."

mcr, 21-2-25

 

Desde há anos o "Público" apresenta na última página  uma tira de bd chanada ""bartoon", O seu aut,or Luís Afonso, tem graça, é innteligente e normalmente consegue acertar no alvo.Quando digo "normlmente" quero significar que nem sempre  evita falhas que ou se atribuem a uma forte ignorância da História ou, e pior!... , a  um envesgamento ideológico onde aflora uma um certo apeço pela história da defunta URSS e dos  vagos princípios que aí s defendiam sob  nome de socialismo real, científico, puro e sem compromissos de qualquer aspecto com a "burguesia".

Desta feita o habitual barman e o  freguês comentam o facto de a Europa ter de vir a enfrentar quer os russos quer os americanos. A conclusão  dos dois últimos quadrinhos é extraordinária e prova de má fé absoluta ou ignorância gigantesca.

Eis as frases finais: "a ultima vez  que a Europa entrou numa grande guerra teve muitas dificuldades" E  "salvou-se com a ajuda dos americanos e dos russos"

Vejamos: 

A URSS ainda antes de começar a guerra celebrou um tratado com a Alemanha nazi  que permitiu a esta ficar descançada quanto a uma eventual frente lestte, ao mesmo tempo que dividia com o seu aliado a Polónia e lhe permitia a ocupação dos Estados bálticos e mais tarde uma guerra preventiva contra a Finlândia que levaria à conquista de boa parte da Carélia. 

Por seu lado, a URSS permitiu ao seu aliado alemão a ocupação da Noruega, Dinamarca, Holanda, Bélgica, Luxemburgo, França e pouco depois  dos Balcãs e da Grécia.

Quando os alemães dois anos depois invadiram a URSS logo ingleses e americanos se apressaram a fornecer quantidades gigantescas de armamento e material logístico

Deve-se, também, fazer referência ao facto da URSS ter sido completamente surpreendida com o ataque nazi. A isso, à impreparação das suas forças armadas (decapitadas por Stalin a exemplo do que acontecera com as estruturas políticas incluindo os comités centrais sucessivos do PCUS).

A URSS não veio salvar nenhuma Europa, mas tão só tentou, com escasso êxito inicial, salvar-se à custa do sacrifício de milhões de cidadãos que até (em Stalingrado, por exemplo) chegavam à frente de batalha desarmados esperando recuperar as armas dos soldados entretanto dizimados.

Nem vale a pena recordar que, finda a guerra, o império soviético ocupou meia Europa e conseguiu ficar com a Prússia Oriental, actual Kaliningrado.

Quanto aos Estados Unidos, é verdade que tiveram um papel muito importante na 2ª parte da guerra mas convirá lembrar que, só entraram na guerra depois do ataque a Pearl Harbour e, num primeiro tempo, apenas contra o Japão. Foi a demencial estupidez de Hitler que os empurrou definitivamente para a frente europeia quando sem especial exigência japonesa, entendeu declarar guerra aos EUA. É verdade que a América já fornecia enormes quantidades de material de guerra  à Grã Bretanha (que, de resto, os pagava...) mas Roosevelt teve,  anteriormente, bastante dificuldade em convencer os seus compatriotas a salvar a Europa e a Democracia.

Neste momento  uma tira como a que está a ser mencionada enferma de uma total falta de conhecimento dos factos actuais e dos que antes se referiram.

E, no caso em apreço, é bom lembrar qu a Rússia invadiu sem qualquer justificação plausível a Ucrânia; que Zelensky se mantém como Presidente da República por imperativo constitucional e que a Europa nãao só acolheu mais de três milhões de fugitivos como tem constantemente fornecido apoio militar e financeiro à Ucrânia. A miserável e torpe denúncia de Trump, um ignorante e um presunçoso, sobre a ditadura do presidente ucraniano é grotesca, falsa e apenas demonstra algo que sempre se soube: uma solidariedade vergonhosa com o autocrata do Kremlin que, vai continuando a suicidar os seus oponentes (desta vez foi um músico dissidente que caiu do 9º andar do prédio onde vivia...)

Sou um apreciador de Luís Afonso, a sua tira  é. de resto, a primeira coisa que leio quando diariamente compro o público mas uma que outra vez já verifiquei que nem sempre a verdade é o principal esteio do que desenha. ´É pena mas como de inicio  escrevi no melhor pano cai, de quando em quando, a nódoa.

estes dias que passam 966

mcr, 20.02.25

Aqui não há inocentes!

mcr, (17-10-24)    20-2-25

 

Antes que algum leitor indignado feche a página, gostaria de dizer que este título deve ser lido cum granu salis, aliás com um fartote de grãos de sal. 

De facto na situação da região  médio oriental há milhões de inocentes que são exactamente os sem voz, os que morrem os que sobrevivem em situação de miséria permanente. Inocentes são todas as crianças e não apenas  as que morrem mas as que enchem os hospitais, as que ficam órfãs, mal feridas enfim as vítimas do costume.

E aqui não há fronteiras possíveis, Um menino morto em Gaza ou em Israel, na Cisjordânia ou no Líbano  é sempre um morto a mais. 

agora que o recado está dado, resta saber por onde começar. Não vle a pena regressar a 1948, data em que as Nações Unidas por fortíssima maioria permitiram a fundação do Estado Judaico construído pelos sobreviventes da Shoa. E sobretudo pela má consciência mundial que, salvo raros casos, assistiu impotente e calada a uma longa teoria de massacres que vinha do fundo das idades. Ser judeus nunca foi algo de saudável  como nunca foi saudável pertencer a uma qualquer minoria social, racial ou religiosa. 

Também de pouco valeria debruçarmo-nos sobre as sucessivas guerras árabes de libertação que tiveram como alvo o novel Estado. Os invasores tinam pelo seu lado o número mas faltava às suas incultas tropas vontade de combater, razões para combater, chefias minimamente preparadas. Aquilo era carne para canhão e todas as tentativas de egípcios, jordanos, sírios, libaneses iraquianos e tustti quanti redundaram em tremendos fracassos, em novos refugiados, permitiram a Israel constituir fronteiras   mais seguras (e sempre mais território!...)  e tornaram a vida de milhões de camponeses ainda mais precária.

Não vale a pena aqui vir com o apoio das plutocracias que foi real mas que facilmente poderia ser contrabalançado pelos riquíssimas nações petrolíferas árabes.  Digamos que os regimes árabes da região se ilustravam pela tirania, pela ausência de escrúpulos, de direitos humanos de respeito pelas mulheres e pelas suas minorias sem falar no peso opressivo do que de mais reaccionário a Charia produzia. queira-se ou não, Israel era o único país moderno e democrático no meio de Estados constantemente sacudidos por golpes de Estado, revoluções,  perseguições e consequentes misérias humanas, sociais e económicas. 

Gaza foi durante decénios palco de ocupações diversas  que mantiveram a população em campos de refugiados (que já vão na quarta geração!...). O mesmo se passou no Líbano, n Jorfânia (é bom lembrar o massacre do Setembro negro, os massacres de Sabra e Shatila  em que gente ligada aos regimes em vigor tratou de matar quantos refugiados encontraram, Também não deixa de ser verdade que estes imensos ghettos de refugiados permitiram o aparecimento de grupos armados   e terroristas. convém também, neste capítulo, recordar que grupos terroristas não foram um exclusivo árabe (basta referir os grupos Stern ou o Irgun criados antes da independência no seio de comunidades judias residentes na Palestina. É verdade que dirigiam boa parte da sua actividade contra os ingleses que eram os detentores do mandato conferido pela sociedade das Nações após a derrota do Império Otomano . E, por seu turno alguns árabes chefiados pelo poderoso mufti de Jerusalém apoiaram entusiasticamente os fascismos europeus, nomeadamente  os nazis).

Em boa verdade, depois de Arafat e dos seus directos correspondentes israelitas, nunca mais houve dirigentes capazes de manter a ideia dos dois Estados e da paz. 

Convenhamos que a teoria dos Estados com uma Palestina dividida em dois territórios sem ligação pouco mais é do  que uma intenção piedosa. 

É , todavia, e para já, esta a ideia mais próxima de um qualquer acordo mas é bom que se atente na sua dificílima aplicação. O único exemplo histórico de um país dividido em duas regiões não contíguas foi o Paquistão post independência e está à vista o resultado. 

 

Se em Israel Netanyahu conseguiu alcandorar-se ao poder (através de eleições sobre as quais não recai suspeita) na Palestina o regime exangue da Fatah foi combatido com sucesso (em Gaza) pelo movimento radical Hamas que começou de facto a controlar a zona e a construir um dispositivo de ataque ao sionismo com vista a erradicá-lo violenta e totalmente da região. 

No Líbano, o Hezbolah instalou-se com base na comunidade chiita e com o apoio do Irão e da Síria transformando o governo do país nim mero pião das nicas, sem força, sem poder nem apoio. O proto-estado do Hezbolah tem exactamente o mesmo fito do correspondente Hamas

Digamo-lo sem receio: a ideia de um cerco a Israel e a sua extinção nunca morreu. É verdade que este último foi conseguindo reatar relações com os países árabes moderados e de maioria sunita. Não é impossível que o ataque de Outubro tenha sido levado a cabo para impedir o tratado de paz com a Arábia saudita. 

Tudo isto torna a vontade da guerra inextinguível .

Seria bom recordar que neste jogo de mau xadrez há a sombra do conflito sunita-chiita  ou até dos árabes com o Irão (que não é árabe... mas tão só muçulmano e com vocação imperial  e radical) .

também convém não esquecer que voluntária  ou involuntariamente (forçadamente, até...) a população gazaoui festejou delirantemente o massacre de Outubro. 

Pior : os habitantes de Gaza, forçados ou não, permitiram que o Hamas os transformasse em escudos humanos, não ignoraram o labirinto de túneis sob o seu escasso chão, sabiam da preparação das brigadas do Hamas  bem como das cumplicidades estabelecidas com todos os dirigentes civis e religiosos da comunidade.  Hospitais, escolas, edifícios públicos, mesmo os ligados à ONU estavam  sobre instalações militares e paramilitares. 

Também é verdade que o Hamas sabia pertinentemente que um seu ataque desencadearia uma reacção incomparavelmente violenta da parte de Israel-

Não é por acaso que a expressão olho por olho, dente por dente (mão por mão, pé por pé) está inscrita na Bíblia (Êxodo XXI-24). Terá sido o próprio Deus de Israel a fornecer esta regra a Moisés para ser consignada na lei fundamental. 

O  Hamas sabia (ou deveria saber .... ) que o Israel actual comandado pela direita religiosa e pelos conservadores retorquiria com muitos olhos por olho e muitos dentes por dente. Como se verifica.

O Hamas nem sequer se apercebeu que Gaza depende em tudo de Israel, deste a água à electricidade, dos bens alimentares ao trabalho (Gaza fornecia vários milhares de trabalhadores a Israel)

Por outro lado, o Hamas também sabe que no Egipto não tem amigos bem pelo contrário, e que nunca esta país abriria a fronteira a refugiados fossem eles idosos, mulheres ou crianças. O Hamas acredita, ou finge acreditar, na teoria dos "mártires" do Islão e da sua felicidade além morte.

Um dos dirigentes do grupo disse enfaticamente a um jornalista ocidental que "nós amamos a morte enquanto os judeus (e vocês)  amam a vida". Além de não ser verdade é delirante como argumento.

Portanto, e sem esquecer a desproporção da retaliação israelita num território com uma população inerme que apenas serve de escudo humano e descartável à milícia fanática, tudo isto era previsível, tudo isto foi longamente avisado antes de qualquer conflito. 

A menos que o ataque de Outubro fosse pensado para acender uma guerra regional que oporia p Irão e os seus aliados a Israel contando com algum apoio ou ,pelo menos, a neutralidade dos restantes países árabes ( e partindo do princípio de que o apoio ocidental não se manifestaria ou que estaria demasiado ocupado com a invasão russa da Ucrânia...) todos os cálculos da direcção do Hamas eram destituídos de fundamento, de razão, de oportunidade e nem sequer havia a percepção de que o regime de Netanyahu estava periclitante em Israel. Ou então pensaram que os protestos dos democratas se manteriam mesmo depois de um sangrento ataque o mais violento depois do Holocausto! 

 

Este texto escrito em meados de Outubro do ano passado ficou no tinteiro, sabe-se lá porque razões-

Decidi publicá-lo quatro meses depois porque fora o frágil acordo que tem permitido trocar reféns israelitas por prisioneiros árabes (um modo de Israel se livrar de uns ,ilhares de presos que lhe enchiam as cadeias...)  caem sobre a região outras ameaças, desta feita com autoria confirmada de Trump.

Obviamente, a criatura inculta e presunçosa que governa os EUA nunca estudou nada sobre o Médio Oriente  nem sequer ouviu os seus mais próximos aliados árabes. Também não percebe, ou então (e pior) finge desconhecer que deportar uma inteira população é um crime contra a humanidade. Claro que seria difícil ou impossível ir por Trump e julgá-lo  mas, apesar de tudo eu ainda acredito que na América haverá uma maioria de americanos sensatos que se oporão à concretização de tal infame rojecto. Aliás creio que, em Israel, também uma maioria de cidadãos dirá a Netanyahu que não deve apoiar tal solução.

E, neste capítulo, a Europa poderá tomar um par de medidas que, no que toca a Israel, o dissuada de tomar este perigoso e medonho caminho. Se a Europa ou a maioria dos países europeus  isolar Israel  não vejo  que este país possa ficar indiferente a tal ameaça. Sem a Europa, Israel fica tão só como Cuba sem a vantagem de ser uma ilha.,..

Entretanto, depois de uma ameaça mais estúpida que parva, o Hamas optou por recuar na disposição de não libertar reféns. Parece mesmo que aumentará o numero de entrega de vivos acrescido de alguns cadáveres (entre eles uma mãe jovem e dois filhos de tenta idade). Esperemos que os chorosos e radicais  defensores europeus de Gaza também critiquem estes três assassínios...)

 

 

estes dias que passam 965

mcr, 18.02.25

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As  gralhas, sempre elas

mcr, 18-2.25

 

O passariforme, aliás passaroco, que ornamenta o folhetim chama-se gralha e pouco ou nada tem a ver com o que se escreve mesmo quando toda a gente da arte maldiga as gralhas que lhe infecta os textos.

Mas não é apenas o leitor desprevenido que sofre na leitura, Normalmente,  o autor, no caso este escriba que aqui está de baraço ao pescoço, descalço e com a cabeça coberta de cinza, também é vítima. Para já vítima da sua imprevidência, do pouco cuidado com que atira o texto para o éter sem cuidar de verificar se não há erros ortográficos ou gralhas de toda a espécie.

Depois, a existência de um texto atacado por gralhas é uma desrespeito pelo leitor sofrido que se dá ao trabalho de tentar ler o escrito.  

Eu pecador me confesso. Volta e meia acabo o folhetim e faço imediatamente o possível por me escafeder para outras paragens, normalmente uma bicada num livro acabado de chegar  ou então, uma das múltiplas tarefas aque a minha incipiente cegueira me obriga; Reconverte fichas manuscritas ilegíveis, em letra miudinha, preparar etiquetas para certos sectores das estantes, pois além dos livros serem cada vez mais, é-me difícil ler os títulos mesmo a curta distância ou listar certas séries de livros  (por exemplo dicionários, atlas, certas colecções de livros de história ou de arte para não só sabero que há mas sobretudo para evitar compras em duplicado. Ainda hoje, numa compra, foi-me oferecido um grosso volume contendo os desenhos de William Blake relativos à "Divina Comédia". Esta edição é voluptuosa, bem apresentada e com um tamanho magnífico. Ora, ocorre que eu já tinha uma edição do mesmo editor (Taschen) mais pequena  e eventualmente menos cuidada de que não me lembrava. Não vou jurar que a compraria (mera questão de preço) masisso já me ocorreu, ou vai ocorrendo com alguma pequena frequência. 

Durante estas minhas actividades de re-ordenação e nova catalogação de livros já encontrei alguns exemplares repetidos, coisa que me enfurece pois, agora, resta-me oferecê-los a quem os queira. 

As minhas gralhas ocorrem por variados motivos. Por vezes teclo demasiado ligeiramente e a letra pura e simplesmente "fica no tinteiro". Outras teclo na letra seguinte ou na anterior (o caso mais repetido é trocar o M por vírgula, tecla seguinte). Isto para não referir algo de surpreendente e que em revisão posterior de posts já publicados me saltaram dolorosamente aos cansados e empobrecidos olhos: uma confusão de letras que mesmo para mim, autor, só depois de dolorosas e demoradas pesquizas,  consigo perceber... Finalmente, também aparecem letras piratas desnecessárias e inúteis penduradas no início ou no fim de uma palavra, Aqui o dedo terá pensado ser um dedão e, zás!, teclou duas letras ao mesmo tempo. 

Ou então, também acontece, falta-me a última letra da palavra, o que, de certo modo é a menor das gralhas possíveis.

Caros leitores que me lêem com extraordinária a simpática constância, eis-me, como já disse como o Gonçalo Mendes da Maia frente ao rei de Leão para se penitenciar  do facto de D Afonso Henriques ter faltado à palavra dade de que ele, o Lidador, era fiador. 

 

Em boa verdade, eu hoje queria falar da surpreendente reunião russo-americana sobre a Ucrânia, Pelos vistos a aberrante Trump   nem se lembra de que esta é parte interessada, além de vítima. Também não sabe, ou não quer saber, de que durante as conversações que levaram ào fim da URSS houve formais e fortíssimas (???) garantias internacionais sobre a validade dos tratados o que terá levado a Ucrânia a desfazer-se do arsenal nuclear que albergava no seu solo.

ainda há poucos minutos, o Presidente da Turquia avisava que as fronteiras da Ucrânia são de manter a todo o custo, repetindo com força algo que a UE tem vindo a dizer mesmo se, alguns dos parceiros europeus finjam não aceitar.

Ainda é cedo para saber exactamente o que esta reuni\ao trouxe de importante  pelo que manda a prudência  eo que que se sabe do errático Trump, esperar para ver.

Um ponto é seguro. Se a Ucrânia for eliminada ou amputada, os estado bálticos serão de novo ocupados como já anteriormente lhes sucedeu. Rússia ou URSS acaba por ser o mesmo ou ainda pior.