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Incursões

Instância de Retemperação.

Incursões

Instância de Retemperação.

estes dias que passam 992

d'oliveira, 20.06.25

A propósito do Pio

mcr,  20-6-25

 

Acabo de saber que o Pio Abeu, companheiro de Coimbra/69, morreu. Não é uma novidade  amorte de alguém que será pouco mais novo do que eu mas é uma tristessima notíca à mesma.

O Pio dustunguiu-se nas diferentes lutas académicas em que estivemos metidos nesses dramáticos, pesados mas exaltantes anos 60. 

Depois dedicou-se à clinica e ao ensino e, ao longo dos anos, foi publicando livros  que acabaram por o tornarconhecido fora do meio da psiquiatria. 

Cumpriu todas as promessas que a sua aventurosa mocidade prometia mesmo se se posicionasse afastado da actividade política , muito embora permenecesse fiel aos ideais que marcaram a sua (e minha) geração.

Sai de cena discretamente aos 81 anos mas deixa uma marca luminosa entre amigos, contemporâneos colegas, alunos e discípulos.

Esta geração vai desaparecendo cada vez mais depressa como é natural.

Estes últimos meses, esta primavera que agora finda, trouxe um rasto de mortes entre os meus amigos: primeiro foi o João Cravinho, amigo, camarada desde os insólitos tempos do início do MES. Uma vida dedicada à poçítica, iniciada ainda na faculdade, prosseguida numa pequena organizaçãoo, o MAR e continuada depois nos anos tumultuosos do PREC e mais tarde como monistro e deputado do PS que pouco lhe seguiu os esforços e a defesa de uma ética política que todos pareciam louvar e raros adoptaram

Depois, foi o Paulo Mendo  um social democrata de primeira água, resistente desde sempre no Estado Novo, que além de médico reputado exereu honrosamente vários cargos políticos.

Conheci-o já depois dessa época e verifiquei quão culto, interessado e implicado ele era. Nos últimos anos já só o via muito raramente pois a idade começava a pesar-lhe (nascera em 1932)

Foi militante do MUD e, à conta disso, foi preso pela PIDE e levado a julgamento tendo saído milagrosamente  absolvido. De todo o modo manteve sempre uma clara atitude resistente ao Estado Novo podendo dizer-se que ao enytrar no PSD traza consigo o çastro da mais real e autentica social-democracia e nesse espírito sempre permaneceu.

Finalmente, o Carlos Matos Gomes, miitar de Abril, fundador (com outros) do MFA, homem de coragem e de letras, que conheci tardiamente e na sua qualidade de escritor. Para além de alguns romances deixa enquanto historiador um par de obras que merecem ser lidas e estudadas sobre as guerras de Áfroca.

Homem de comprovada coragem, quer como militar quer como revolucionário de Abril, era um excelente conversador e escrevia com elegância, humor e ironia. Usou o pseudónimo de Carlos do Vale Ferraz enquanto romancista, assinando as obras de História com o su próprio nome. De certo modo, faz parte da mesma geração do Pio e minha.

Temo que, cada vez mais, seja obrigado a registar aqui, o desaparecimento de amigos e companheiros. A necrologia não é, nunca foi, o meu domínio mas a realidade (e a idade) vão-se impondo  mesmo se, cada vez mais só, mais isolado, e mais velho, me escapem a maioria dos desaparecimentos.

Isto soa a lamento mas é apenas a vida. E sobretudo  pretende ser um pouco a celebração discreta daqueles que tentaram e a tornaram um pouco melhor para os seus concidadãos.

 

 

 

estes dias que passam 991

d'oliveira, 17.06.25

Voltando a uma polémica não esquecida

mcr 10-6-25

 

Escrevi aqui (e repito) que o pacto nazi-soviético de 23 de Agosto de 1939 permitiu sem quaisquer dúvidas que a Alemanha começasse a a 2ª guerra mundial sem o fantasma de ter de lutar em duas frentes, situação que se viveu na guerra de 14-18.

A invasão da Polónia, momento inicial da 2ª guerra mundial começou a 1 de Setembro do mesmo ano, isto é 8 dias depois da assinatura infame do pacto Ribentropp-Molotov

Finalmente, a 17 de Setembro do mesmo ano, as tropas soviéticas entraram na Polónia, isto é pouco mais de duas semanas do início da invasão nazi.

Aos cerca de 800.000 soldados soviéticos a Polónia apenas podia opor pouco mais de 20.000 guardas fronteiriços visto que todo o seu mal preparado exército acorrera à frente ocidental tentando  enfrentar o exército alemão.

Hoje, em dia, praticamente todos os  historiadores (russos, alemães ou ingleses, entre outros) consideram que a guerra não teria começado tão cedo não fora o pacto ter acalmado o Estafo Maior Alemão que resistia às injunções de Hitler. O fim da ameaça da sª frente convenceu a maioria dos generais alemães e o rápido desfecho da guerra converteu Hitler numa espécie de oráculo. Convém, entretanto sublinhar que  o fim da guerra na Polónia foi altamente ajudado pela invasão russa que tornou impraticável uma frente resistente na zona de fronteira polaco-romena para onde se rinham retirado algumas forças polacas. 

As restantes consequências do pacto levaram a que entre alemães e soviéticos se reconhecesse  a possibilidade de ocupação dos países bálticos e a intervenção na Finlândia. Tudo isso fazia parte dos memorandos e anexos secretos do pacto que, neste momento, podem ser lidos em português graças a uma obra recentemente escrita e publicada por M.S. Fonseca, editora Guerra e Paz. 

Obviamente, não é possível refazer uma outra História a partir de um não acordo nazi-soviético.  Porém, é absolutamente indiscutível que este acordo que poderá ser considerado contra natura foi fundamental para o desencadeamento da guerra no Verão de 39-

E foi isso e só isso que escrevi.

Um leitor veio indignar-se por eu menosprezar "milhões de mortos".  Ou não leu, ou tresleu. 

Mas mesmo neste capítulo conviria verificar exactamente qual a percentagem de mortos país por país, região por região. Suponho que alguém se poderá surpreender ao saber que nesse capítulo, um dos países  que (em percentagem) mais perdeu habitantes foi a Jugoslávia.  Na União Soviética foram a Ucrânia e a Bielorrúsia os países (repúblicas soviéticas) mais afectados mesmo se a invasão alemã tivesse levado a morte e a miséria a Leningrado no Norte e a certas regiões da Federação Russa. 

A Prússia Oriental ficou praticamente vazia de habitantes uns porque fugiram, outros porque foram dizimados e os restantes (a maioria) porque foram deportados. As próprias perdas militares  dependeram muito das tácticas usadas pelos comandantes. Mesmo hoje, e o exemplo da Ucrânia está à vista no que toca a baixas russas,  persiste a ideia de usar grandes contingentes que acabam por sofrer demasiadas baixas  num total desprezo pelos soldados. Valeria a pena reler as histórias do cerca de Stalingrado ou verificar as gigantescas perdas sofridas pelo Exército Vermelho na parte final da guerra (na pressa de conquistar Berlin, o Exército soviético sofreu 300.000 baixas ente mortos e feridos sendo que a defesa da capital do Reich estava já praticamente entregue ao Volksturm  e às juventudes nazis!). Nem as histéricas ordens de Hitler ( e o exemplo mais flagrante é a recusa da retirada pedida pelo marechal von Paulus quando ainda tinha algumas hipóteses de salvar parte do seu exército.   Dos 90.000 sobreviventes (num efectivo que abrangia  250.00 soldados) que se renderam, escassos milhares regressaram à Alemanha  vários anos depois do final da guerra )

De todo o modo, uma vítima basta para se verificar o horror da guerra.  

Valeria também a pena relembrar que além do Holocausto, houve pelo menos duas etnias que sofreram perdas gigantescas: os ciganos e os descendentes afro-alemães vindos fundamentalmente das antigas colónias alemãs (Tanganika e Namíbia) para a "mãe patria". Pode dizer-se que foram praticamente exterminados.

E ainda hoje, é difícil calcular o número de baixas chinesas ou filipinas entre a população civil.  O exército nipónico não só desprezava os soldados inimigos que se rendiam como não senta qualquer escrúpulo em atacar populações civis.  E preferiam morrer a render-se coisa que foi evidente nas sangrentas batalhas ilha por ilha ocupadas e depois conquistadas, uma  a uma, pelos americanos. Até as populações civis japonesas preferiam suicidar-se a  assistir à vitória americana. Há filmes a documentar essa medonha tragédia onde se destacam jovens mães com bebés ao colo a atirar-se das falésias para o mar

Finalmente conviria lembrar que, após o acordo soviético-nazi, Stalin não se precaveu contra o seu novo amigo e aliado Na noite que antecedeu a invasão da URSS ainda passou um comboio russo carregado de  bens essenciais ao esforço da guerra alemão vinda Da URSS para a Alemanha.  E foram centenas os comboios que forneceram petróleo, aço, carvão, bens alimentares  que a URSS enviou para os nazis. 

E no meio destas entregas houve ainda tempo para enviar para Brest-Litovsk umas centenas de judeus e/ou counistas alemães que foram obsequiosamente entregues à Gestapo. Entre eles estavam Hans David um compositor que morreu no campo de concentração de Majdanek e Margaret Buber Neuman, judia e comunista que conseguiu escapar à morte. 

Espero que esta lista não exaustiva convença o leitor que ou não leu ou não percebeu.

quem também não percebeu foi uma leitora Joana que me atribui (vá lá) umpassado de luta estudantil, de resto verdadeiro) e uma conversão em adulto ao consevadorismo. Engana-se redondamente . Depois da Universidade e enquanto advogado defendi numerosos presos polícos, estudantes em luta e durante todo o tempo até ao 25 A "passei" fugitivos, refractários e desertores pela fronteira. vinda a democracia, recusei fazer vida na política . Não mesentia cond+fortável como deputado menos ainda como autarca ou membro de Governo. Todavia, prezo-me de nunca ter votado à Direita do PS  nem à sua Esquersa com uma única excepção: quando Miguel Portas foi cabeça de lista do BE entendi que merecia receber o meu voto. Houve um par de vezes em que não votar por não querer dar o meu pobre voto a quem, segundo a minha perspectiva o não merecia. Foi o caso de Maria de Lurdes Pintasilgo enquanto cabeça de lista numa qualquer eleição europeia. O mesmo acontceu nas duas úçtomas votações europeias por idênticos motivos. 

entretanto, e hoje em dia, no capítulo "legislativas" tnho anulado o meu voto por entender que só a eleição nominal, deputado a deputado permite ao eleitor votar em consciência e poder pedir explicações ao seu eleito. no Porto duvido que hka mais de cinco eleitores que conheçam os 40 membros da lista em que votam.  Portanto, e a menos que a leitora, presumo que recente e provavelmente jovem, ache que a Esquerda se resume à actual dúzia (5% do total da AR) de deputados divididos entre Livre, PCP, DE e PAN. 

quando se não conhece o passado de alguém convém não tentar adivinhar. Se ela quiser conhecer o meu, pode ir à Torre do Tombo e consultar os 14 processos com que a polícia política me  brindou, para além das quatro prisões sofridas sem que, de elas tenha saído uma única denúncia de companheiros, camaradas ou amigos. Uma única e isso é mesmo a única coisa de que realmente me orgulho. O meu lema desde a primeira estadia em Caxias (1962) sempre foi "aos costumes e à polícia diz-se nada"

Finalmente, um par de leitores entenderam que a jovem que interpelou o Presidente da República sobre a Palestina saiu da sua "zona de conforto". Lamento ter de dizer usou apenas de um direito normal não arriscou rigorosamente nada e por muito amor que tenha pela causa palestiniana, teria feito bem melhor figura se ouvisse a defesa da pessoa que acusou. A democracia é isso e não dizer duas coisas,  de resto sem especial relevância e, desandar.  Essa é uma das principais tacticas do Chega  que passa a vida a fazer proclamações mas jamais ouve (nem quer ouvir) a resposta

Se estar contra a infame campanha militar de Israel em Gaza é sair da zona de conforto então saí daí há muito tempo mesmo sendo certo que a outra opção é crer que a tese dos dois países ten tudo cotra ela a começar pela separação dos territótios palestinos. De todo o modo ainda se não encontrou alternativa melhor  a menos que também nós queiramos aceitar a famosa e abjecta ideia de libertar too o território “do rio até ao mar” como proclama o Hezvolah, o Hamas, a Jihad  o Irão ou o movimento dos  hutisdo Yemen. 

 

Eu sei que a actual orfandade de uma certa e alegada Esquerda  leva à mais absoluta cegueira ideológica e a realidades alternativas mas inexistentes. É uma espécie de trumpismo ao contrário   que denuncia sempre e nunca tenta perceber o mundo ou medir as consequências do que proclama. 

A desafeição crescente dos cidadãos que se verifica elei~\ap pós eleirção  apenas lhes solidifica a ideia peregrina de quesão os últimos justos  e lhes promete uma carreira de lemings em direcção ao abismo. É com eles.

O texto acima publicado traz a data de 10, dia em que foi escrito. Entretnto, e porque estou em vias de mudar de computador,  ficou numa pen que só há poucos minutos foi encontrda. Há, de resto mais dois outros textos que tuveram a mesma sorte e que serão publicados .

 

 

 

 

o leitor (im)penitente 213

d'oliveira, 12.06.25

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Um acontecimento literário, cultural, artístico, político e ético

ou Portugal no seu melhor

mcr, 12-6-25

 

Não fora eu ser um leitor impenitente e teimoso  não teria sabido da saída de “Geralçao de 70, dicionário da geração de 70” (Imprensa Nacional & Ed Presença, 1025)

Todavia, como leio com regularidade o Jornl de Letras, deparei-me com um texto de Guilherme de Oliveira Martins (“fazer um dicionário”)  onde era dada esta novidade. Curiosa,ente, não vi (pu então não reparei) mais nenhuma menção nos jornais que leio (Expresso e Público) que lá vão dando alguma notícia semanal dos livros que saem.

O prefácio da obra é da autoria de Eduardo Lourenço e a organizaçãoo e coordenaçãoo devem-se  a ana Maria de almeida Martins, uma anteriana talentosa e dedicada com uma longa série de obras publicadas a que ainda ha pouco fiz refência devido ao inicio da pyblicação desta vez completa das prosas de Antero de quental, Guilherme de Oliveira Martins  que não necessita de apresentaçãoo e Manuela Rego que tem no seu activo uma boa dúzia de livros  quer como organizadora ou autora ou colaboradora. 

Estamos perante uma iniciativa  que merece um intenso aplauso e , pelo menos da minha parte, um enorme agradecimento. 

São oitocentas e tal páginas que permitem ao mais exigente ficar a saber quase tudo (senão tudo o, também são referidos que é possível)  desta notabilíssima geração , honra e glória do nosso final do século XIX e que abrange umas centenas de nomes  (Cesario Verde eNobre  também - emuito bem- são referidos) que todos juntos  dão um retrato do melhor que Potugal teve, nos tempos mais recentes.

Prém, não há bela sem senão: este livro usa um tipo de letra miseravelmente pequeno. Felizmente que, dada a minha péssima visão, uso desde há anos uma série de lupas electrónicas, a maior das quais tem um visor de 25 polegadas.

Temo que o tamanho ridículo da letra retire leitores a um trabalho que, pelo que já li é digno, interessante e mitiga, muito, a desilusãoo de quem hoje por cá anda.

 

au bonheur des dames 592

d'oliveira, 17.04.25

56 anos depois....

Coimbra, !7 de Abril de 1969

Mcr, 17-4-25

 

Os mais novos andarão pelos 74 anos (73, no caso de alguém ter entrado na universidade  aos 17...).

Os mais velhos, e eu serei um deles, tem mais um largo par de anos, Caso estejam vivos, entenda-se. 

Ainda há pouco choramos o Rui Namorado, poeta, professor, cooperativista, meu amigo desde 60/61, companheiro de cela na minha primeira prisão. O Rui escreveu sobre aquilo que aconteceu (“Movimento estudantil e política Educacional, Centelha ed,1972) O mesmo fizeram outros e são  muitas as publicações que celebram esse dia e a crise que se seguiu, a única crise estudantil durante o Estado  Novo  em que os estudantes venceram . Ministro, reitor da universidade caíram ao fim de um ano tremendo, todos os processos levantados aos dirigentes estudantis foram arquivados, a chamada extemporânea de umas dezenas de  activistas  associativos para Mafra foi anulada. De todo o modo, a direcção da AAC do ano seguinte (onde eu estava incluído) não foi homologada  e obviamente nada apaga as prisões efectuadas (onde, mais uma vez fui incluído tendo mesmo o recorde de tempo de prisão  sofrido. Má sina, mala pata, azar dos Távoras , chamem-lhe o que quiserem...)

Durante uma boa dúzia de anos o Rui mandava aos companheiros do “cong” (ou seja “congeminação”, reunião informal dos dirigentes formais e informais da crise( um poema alusivo ao dia. No ano passado ja o não fez. Temi o pior e soube que estava já mal. Morreu pouco depois como aqui escrevi. 

A crise de Coimbra deixou uma funda marca e, de certo modo, houve muita gente que, em Lisboa ou no Porto, tentou tomar uma tardia boleia, jurando que nessas duas academias a crise também ocorrera. Não ocorreu, mesmo se se tivessem notado manifestações de simpatia. 1969 foi Coimbra e nada mais. 

A fotografia que serve de vinheta é ultra conhecida mas, de certo modo, diz muito do que então se passava, Convém dizer  que os soldados estariam sem munições nas espingardas (coisa que aliás desconhecíamos mas que naquele momento não só não nos assustou como de certo modo nos enraiveceu)

Entre um futuro como soldado em África e um ensino académico medíocre e ultrapassado, num pais cinzento e altamente policiado, o futuro aparecia carregado de sombras. Cinco anos depois, as coisas mudaram e, basta ir a uma hemeroteca, compulsar jornais e depressa darão com muita malta de Coimbra 69  entre os jovens milicianos presentes no golpe militar. (apenas recordo dois: o João Anjos e o  Carlos Marvão  que se recusaram a intervir contra uma greve de trabalhadores dos CTT. Claro que não escaparam a uma punição do novo poder democrático Foram presos e deram origem a uma campanha:  -“Anjos Marvão- Libertação”)

Neste blog participaram durante algum tempo mais dois dessa Coimbra rebelde: Manuel Simas Santos,  juiz conselheiro jubilado e autor demais de 80 livros de Direito  e António Manuel Lopes Dias, poeta e advogado.

Vai esta para muitos de que destaco apenas quatro Fernanda da Bernarda, Osvaldo (Vává) de Castro, António Mendes de Abreu e João Bilhau

 

 

 

estes dias que passam 963

d'oliveira, 06.02.25

Um disparate, uma ilegalidade  uma filha-da-putice 

mcr, 6-2-25

 

A ideia infame de deportar quase sois milhões de palestinianos de Gaza para fora do território onde sempre viveram e que é árabe há mais de mil anos,  não cabe na cabeça de ninguém, desde que seja vagamente civilizado.

Só umacabeça doente e um par de fanáticos judeus ultraortodoxos poderiam estar de acordo com um crime contra ahumanidade.

Os meus leitores sabem que detesto os HAMAs, a Jihad islâmica e os restantes terrorists, encapotados ou não, que tem sistematicamente destruído parte do Médio Oriente sem conseguir incomodar especialmente os habitantes de Israel ao mesmo tempo que submetem o seu povo (ou o povo de que se reclamam) a vexames, privações indizíveis, morte e desastre.

Quem me lê sabe que, desde o primeiro dia, condenei com a maior veemência o ataque a duas aldeias pacíficas, o júbilo canalha demonstrado por multidões de Gaza que, pelos vistos, nem perceberam que o céu lhes ia cair em cima,  a longuíssima cumplicidade dos cidadãos da zona que sabiam dos túneis, do rearmamento dos terroristas, das instalações debaixo de escolas, mesquitas e hospitais para já não falar  nas instalações da ONU, em muitos dos seus funcionários que fingiam desconhecer que aquele pedaço de terra se preparava via HAMAS para mais uma vez tentar um estúpido auto-suicídio.

Pelos vistos 50.000 mortos, destruição a 80 ou 90%  e agora esta imbecilidade criminosa e absoluta (e absurda!...) não incomodam nem árabes, nem judeus e muito menos uma maioria eventual de amrricanos que se revêm em Trump.

Eu poderia perceber que Trump não queira emigrantes ilegais nos EUA, mesmo se, como se provará, são eles o motor de uma economia não tão subterrânea que com a sua falta prejudicará a generalidade das classes média e baixa americanas. 

Poderia perceber, com imensa dificuldade, que o filho ou neto de emigrantes alemães seja incapaz de ver o seu país como um farol para os desesperados do mundo.

Pderia com esforço exagerado aceitar que os EUA se tornem, enquanto destino de emigrantes algo parecido com a Rússia, a China (que persegue a minoria uigur como já, antes, perseguiu tibetanos), quiçá a União Indiana (que desde há tempos tenta escorraçar largas dezenas de muçulmanos) ou mesmo essa cruel anedota que dá por Bielorússia que recebe emigrantes para os enviar clandestinamente para os países vizinhos.

De todo o modo, as colunas de desgraçados que continuam a percorrer a América central e o México rumo àos EUA, é uma prova mais da resiliência  dos que nada mais tem a perder.

Gaza, já aqui o disse, é uma frágil, quase impossível impossibilidade da teoria dos dois Estados. Todavia, ainda ninguém encontrou melhor. Todos sabemos, e desde 0s anos 50,  que a solidariedade árabe é uma figura de estilo e que nenhum Estado árabe ou muçulmano se dispõe a receber palestinianos. Mais, quando os recebe, cedo os maltrata  como ocorreu no Líbano ou na Jordânia (mesmo se em ambos os casos os refugiados tenham dado azo ao que depois lhes sucedeu).

No entanto, nunca ninguém foi tão longe como a mentalidade doentia e a infantilidade actual que vê em Gaza uma maravilhosa Riviera entre o Egipto e Israel. 

Notícias ouvidas na rádio enquanto me barbeava dava como destinos possíveis dos deportados, a Noruega, outros países europeus, como se alguém, com meio dedo de testa, julgasse isso possível. Conviria, de resto, que a Europa explicitasse já que num caso destes não aceitará nem um deportado. E conviria, entretanto, que os países europeus avisassem solenemente Israel que qualquer aceitação sua deste plano genocida poderá equivaler a fortes sanções ou até a interrupção de relações diplomáticas.

Para já, deixar de incluir Israel nas competições da Eurovisão, nas de futebol e outros desportos. É uma evidência geográfica o Médio Oriente é Asia e que Israel nem sequer, como a Turquia, tem um pé na Europa!

Do mesmo modo que não aceitamos fanáticos árabes também não podemos aceitar judeus tão fascistas como eles. São facilmente identificáveis como identificáveis são certas organizações pan-judaicas que inclusive já nos impingiram um tal Abramovitch, russo, oligarca e, pelos vistos, simpatizante e cumplice de Putin.

Espera-se sem especial angustia que o Governo português, o Parlamento, os partidos e a opinião pública condenem vigorosamente esta proposta tão aberrante quanto desumana e criminosa. 

estes dias que passam 943

d'oliveira, 21.10.24

Não dou para esse peditório!

mcr, 21-10-24

 

U coro não unânime mas importante entendeu indigna-se com a malvadez da Justiça que obrigou um pobre velhinho indefeso a percorrer vinte metros até à porta do tribunal onde, com mais uma dúzia de comparsas vai ser, finalmente, julgado por umas dezenas de crimes.

Pelos vistos esses cidadãos compadecidos nõ sabem que na lei portuguesa (e seguramente em muitas outras) obriga os réus a comparecer em plena sala do tribunal para se proceder à ua identificação. 

A idade do se ricardo Salgado ao tribunal era, pois, obrigatória. A Justiça sai, para já, isenta de culpas .

Todavia, quem viu (e as televisões deleitaram-se a mostrá-lo) o lento percurso de um homem alegadamente afectado pelo Alzheiner, pode sentir alguma compaixão pelo que "alguém" o obrigou a fazer. 

Esse alguém, pelos vistos, existe. O "ancião doente de olhar perdido" ia amparado pelo seu advogado e pela esposa amantíssima. 

Pelos vistos, num primeiro tempo, ninguém se perguntou porque se assistiu a este  caminho das pedras, quando o réu poderia ter entrado de carro na garagem do edifício e, em poucas passadas sem mirones de qualquer espécie, dirigiyr-se a um elevador e entrar directamente n sala de audiência. 

Isso, essa faculdade, é a todos concedida desde que haja motivo para tal. A doença, obviamente, dá ao réu essa possibilidade. De resto, a saída do senhor DDT processou-se desse modo.

Portanto,  primeira pergunta que qualquer indignado cidadão deveria ter feito é esta: porwue é que um velho doente foi obrigado a arrastar-se penosamente por entre a multidão qie naturalmente esperava desde há muito (dez anos) por este início do momento da verdade?

Claro que, houve quem desde logo pensasse que esta violência inaudita sobre o coidadinho do velhinho era apenas uma encenação e procurava tão só despertar comiseraçõ  pelo menos via reportagem televisiva. 

Pessoalmente foi isso que entendi desde o exacto momento da aparição daquela quase cadáver sem vontade nem percepção do que se passava à sua volta. 

convém, neste momento, dizer que não sou vítima do BES, do GES ou de qualquer outra coisa ligada ao nome Espírito Santo. Não conheço a criatura, nem qualquer dos seus directos ou indirectos familiares.

Não tenho sequer especial interesse no desfecho deste processo. De resto, ou me engano muito, ou não viverei suficientemente para conhecer o fim, o fim absoluto dese processo. Nem mesmo tenho a certeza que assistirei ao julgamento, este, até `s primeiras condenações. Os advogados dos réus, os dos assistentes, o Ministério Público ou os atarefadíssimos juízes por diferentes motivos tem para muito e muito tempo. Isto não é a América que em poucos meses prendeu, julgou e meteu na prisão o senhor Madoff.  O que lá não chegou a 2 anos por cá arrisca-se a ultrapassar (com sorte ) os vinte.

Entretanto, e voltando à vaca fria, não só a lei portuguesa obriga a pelo menos uma inicial presença do réu mas permite que familiares e advogados recorram a estas exibições infames e infamantes que, visivelmente só se destinam a criar à volta de alguém um clima de simpatia, de comoção, de indignação contra os "perseguidores (e aqui entram juízes, MP, advogados dos assistentes e "populaça"sempre áida de sangie e de escândalo. Até apareceu um prejidicado pelo GEs a uivar insultos e queixas sem que visivelmente alguém se interpusesse e o fizesse recuar.  

(ao contrário de Madoff, não consta que o sr Salgado tivesse um colet `prova de bala... )

Ao lomgo d minha já extensa vida vi (oufui contemporâneo) de muitos criminosos célebres, mormente ditadores. A grande maioria morreu placidamente na cama. que me recorde as excepções foram Mussolini Morto pelos partisans italianos e depois dependurado pelos pás numa praça pública) e Ceausesco que umas tropas revoltosas despacharam em poucos minutos com a mulher. Jitler suicidou-se, Stalin ou Mao morreram tranquilamente na cama, o mesmo sucedendo a uma vintena de ditadores africanos e sulamericanos. Por cá o dr Salazar depois de cair da caseira  morreu anos depois pensando que governava, e o seu sucessor morreu no exílio. alguns revolucionários esparvoados e com as mãozinhas tintas de algum sangue de inocentes morreram tranquilamente sem mesmo terem tido o frete de ir a julgamento. 

Já nºao recordo bem como é que acabaram os cavalheiros que dirigiram os kmer vermelhos  mas tenho a ideia de ver um deles (o camarada nº 1 ou o nº2) também velhinhos a serem presos e julgados, não sequer incomodar-me em pesquisar se morreram executados ou se fleceram tranquilamente ao contrário dos milhões de vítimas que mandaram matar.

quanto ao martirizado sr Salgado só me pergunto porque é no seu círculo íntimo ninguém proibiu a exibição qu todos pudemos ver. 

Pelos vistos, a Ordem dos Advogados tmbém não tem poderes para lembrar ao advogado do réu Salgado que há, para além da lei, do Estatuto da Ordem, da civilidade e do direito a não exibir afrontosamente lguém incapaz de se defender, que "est modus in rebus" e que nem todos os truques são permitidos ou sequer legítimos. Mas isso é outra conversa... 

E tenho quase por certo que  o jovem causídico não se comoverá com estas mal traçadas regras baseadas num outro tempo e numa outra convicção quanto a valores e cidadania.  

 

estes dias que passam 942

d'oliveira, 18.10.24

Tanto barulho para nada!

mcr, 18-10-24

 

ainda que mudado roubo o título a Shakespeare mas param aqui todas as semelhanças, apenas quero referir a comédia de enganos, aliás uma patética e pueril farsa levada a cabo  por Pedro Nuno Santos, esse apóstolo  da firmeza de princípios políticos que baqueou ao som do primeiro tiro. 

Na melhor hipótese, PNS quis levar a sua até ao fim mas não teve apoio suficiente dentro do PS.

Na pior la percebeu que o não ao Orçamento permitiria uma nova ida a eleições de onde o S sairia bastante mal ferido. 

Luís Montenegro pode não ser uma águia mas neste episódio quase burlesco foi encurralando o adversário até este sentir as costas coladas às cordas. 

Isso que de há muito era previsível deu azo a que comentadores (incluindo os "malvados" comentadores do PS!...), imprensa e muito público exprobassem aatitude de PNS, as suas linhas vermelhas e verdes, o radicalismo em falsete das suas palavras e a sua permanente agitção tous aimuts que mantiveram um suspense doentio no país. 

PNS andou perdido desde o início e não percebeu que tentar encostar Monenegro ao Chega ,era chão que já não dava quaisquer frutos.

Ventura percebeu isso bem antes de Pedro Nuno e num dos seus arrebatos afirmou que iria votar contra o Orçamento.  

Ao fazer mais essa pirueta marcou dois pontos: ameaçou o PSD e tentou provar que uma abstenção do PS seria inal de que o Orçamnto era mais socialista que social democrata. 

PNS viu-se "no mato". As suas tropas mais que renitentes como de resto se verificou aquando da magna reunião parlamentar onde as divergências foram mais que perceptíveis. 

O público ainda lembrado do apoio de Montenegro a António costa, grato pelas benesses largamente distribuídas ou prometidas não só não queria eleições como ameaçava sovar o seu fautor. 

Toda a gente percebia isto mas PNS não ou fingia que não.  Pessoalmente estou convencido que não percebia. É o mal dos dirigentes que pensam mais em si próprios  do que na realidade que os cerca. 

Este enredo de má qualidade arrastou-se até ontem e teve o seu triste fim num discurso recheado de blas frases mas incapaz de convencer quem quer que fosse . Aquilo foi uma rendição que poderia perfeitamente ter sido evitada se PNS depois da contra-proposta de Montenegro viesse ao palco dizer que tinha ganho a discussão e influenciado fortemente  as novas alteraçõs consentidas pelo governo. Montenegro até lhe ofereceu uma flor ao afirmar que no caso do IRS jovem a proposta do PS melhorara claramente a redação do Orçamento.

Nada feito! 

PNS sofre de uma nova espécie de doença infantil do pseudo-radicalismo. É provável que nunca tenha lido Lenin mas também lhe faltaram outros teóricos da social democracia. 

Pior ainda: expôs alguns dos seus mais devotados  (mas descerebrados) apoiantes a uma perda de influencia nos seus círculos. E deu força aos seus adversários internos. 

Não estou a sugerir que se prepare no PS uma "noite das facas longas" mas a noite de ontem, aquele discurso, mesmo não sendo uma missa de requiem não auguram dias felizes  para o Secretário Geral do PS.

Montenegro, apressou-se a vir dar a mão a PNS louvando-lhe o sentido de Estado. Convenhamos: o elogio é duma total hipocrisia e cheira a truque parlamentar e politiqueiro .

É um beijo de Judas mas Montenegro enfeita-o de açúcar pilé, coisa que nos tempos ideologia da saúde a todo o transe passa por marotice. 

Não vale a pena falar dos urros de indignação dos pequnos partidos . Fosse ual fosse a decisão de PNS eles sempre encontrariam no seu discurso lenha para se aquecerem. A política nacional joga-se, de momento, entre três forças  e mesmo que houvesse uma aliança dos pequenos nunca seriam admitidos ao jogo dos grandes. De todo o modo, e como anedota, recordem-se as declarações do PAN  que de facto demonstram que o ridículo atinge cruelmente aquela organização e sua pitoresca dirigente.

A situação nacional não piorou e, provavelmente não melhorará sensivelmente.

É caso para dizer que tudo como dantes quartel general em Abrantes. 

 

(nota para voltar ao título traficado: ao contrário d peç de Shakespeare não iremos assistir ao casamento de dois amantes reconciliados. O governo do bloco Central está adiado. Sine dia!)

estes dias que passam 941

d'oliveira, 14.10.24

“por que no te calas?”

(in Público 14-10-24)

mcr 14-10-24

 

A jornalista Ana Sá Lopes aproveitou a boleia do Rei Juan Carlos a propósito daquele tiranete venezuelano que dá por Maduro para exprobar a atitude do inefável Secretário Geral do PS nos últimos dias.

Efectivamente o sr Pedro Nuno dos Santos (PNS) tem aproveitado as idas a congressos regionais do PS para apelar à “unidade do partido”  e, concomitantemente ao auto silenciamento dos discordantes internos que, pelos vistos são mais do que as mães.

ASL tenta explicar ao actual líder do PS que a sua campanha é contraproducente, que o Ps é um partido plural, que o vozear contra diferentes opiniões é um risco e, finalmente, que a campanha contra os militantes comentadores em meios de comunicação social  faz esquecer que o próprio PNS foi comentador e bessa tarefa zurziu quanto pode nos órgãos dirigentes do seu partido...

Pelos vistos agora, considera o comentário , se desfavorável, um ataque ao partido e um perigosos caminho para a desunião num momento tão temível como o actual.

Não sei de ASL quis pintar PNS como uma espécie de Maduro europeu menos vociferante mas mais tonitruante. Ou se, ainda por cima, quis dizer que se ele alcança uma maioria invejável no partido, primeiro e no país, depois, se dedicará a prender opositores, a expulsa-los, degredá-los liquidá-los pelo menos politicamente.

Se foi esse o intuito estamos mal porquanto, PNS ainda não é, nem parece talhado, um fuhrer de algibeira. É, apenas, um rapaz apressado, incontrolável, dado a fazer de “espirra canivetes”  e que depois de se ter estreado na alta política idiota contra as “perninhas dos banqueiros alemães” (que ”ficariam a tremer com a ameaça portuguesa de não pagar as dívidas”) ainda não percebeu em que país (e em que Europa) vive.

No fundo o que lhe falta é “mundo”, bom senso e qualquer mezinha contra a sua notória impulsividade.

É verdade que ganhou o PS depois da queda do Governo. Também é certo que isto, este súbito tombar de tõ alto, depois de tantos anos a governar e a desgovernar é uma chatice das antigas, deixa os militantes num estado de luto catatónico, capazes de eleegr o rato Migkey ou a santinha da Ladeira para saírem do sufoco da vida na oposição. 

É que, nesse limbo horrendo, não se pesca sequer uma alforreca. Não se arranjam lugares decentes na Administração  Pública, não se tem influencia nos centros de decisão, enfim não se cheira o poder. 

Ao fim de oito anos que começaram na trapalhada da geringonça (de resto inventada e proposta pelo PC...) continuaram, felizes, com a paz das ruas até se acabar a lua de mel com a Esquerda , e começaram a escorregar inapelavelmente com os casos e casingos do ultimo e “horribilis” ano.  Mesmo com a maioria absoluta ou apesar da maioria absoluta...

É verdade que a ascensão do PPD trouxe para as ruas todas as revoltas profissionais que se esperavam. É bom lembrar que boa parte das reivindicações corporativas tem origem na desastrada actuação duma senhora ministra da Justiça que entendeu (na sua mais que incompetente inocência) dar à PJ um volumosa gratificação sem perceber que isso iria desencadear um tsunami de reivindicações. Também do anterior Governo s herdou a questão dos professores  (desde Sócrates, em boa verdade) e mais recentemente a crise dos médicos.

Eu não sei se este continuo trovejar pedroninista  se destina a deixar passar o Orçamento em nome de uma possível salvação da pátria ou se, como possivelmente e infantilmente ele desejaria a fazer cair o Governo. 

Uma coisa é certa: ou me engano muito ou , no segundo caso,  o tiro sairá pela culatra. O Governo andou numa corrida de distribuição de re rendimentos, de promessas para toda a gente que, queira-se ou não, lhe granjeará votos.  

Ai o PS quer tirar-nos o fruto das nossas legítimas conquistas? , rosnarão os eleitores e são muitos, beneficiados ou à espera deles “Pois tomem la!”

Bem pode PNS jurar que prefere perder votos do que perder princípios. Conviria, aliás, perceber que princípios são esses  pois por mais que se escarafunche os seus discursos o que aparece é algo de nebuloso   mais reivindicativo que progressista, mais a olhar para o passado do que para o futuro. Nisto, pelo menos, o PC dá lições. É verdade que o seu breviário  não conseguiu ultrapassar a cassete dos anos 17-60, que o proletariado agora é apenas “povo trabalhador(o que dá para tudo...) que a ditadura do dito foi algo de infame e deixou pelo caminho mais do que opositores, mais do vítimas inocentes, alguns dos melhores e mais puros quadros da “revolução” a vir.

O mundo dito socialista implodiu  pelo menos na Europa. Na Ásia o comunismo chinês  agrega os capitalistas nacionais e leva-os até ao Comité Central desde que não ponham em causa o poder do aparelho. Na periferia mete os uigures na prisão e vai  aniquilando tranquilamente o Tibete enquanto sonha com a conquista de Taiwan. Ao lado o vietnam deixa-se tentar pelo turismo de massas que lhe trará a riqueza que não consegue produzir enquanto a Coreia do Norte se transforma numa inferno prisional gerido poe uma dinastia agressiva e tenta provar que os Kmer  vermelhos eram apenas amadores,

Não ale a pena tentar citar os países latino americanos a começar por Cuba que já perdeu 20% da população  para a emigração clandestina ou as Nicaráguas e Venezuelas  cujas populações vem os seus votos roubados e se metem a caminho de um qualquer país que receba as centenas de milhar de pessoas que atravessam toda a América central à procura de um sítio onde pousar a cabeça e criar os filhos. 

PNS está fora deste circuito mas, à cautela, também o não repudia inteiramente. Acredita que tem uma missão, mesmo se não saiba exactamente ual é, e como levá-la a cabo. Poderia tentar convencer-nos que é um social democrata à moda dos nórdicos mas isso pede calma, serenidade, contenção, trabalho árduo e conhecimento profundo da economia tal qual ela se pratica ou nós a sofremos. 

No se calla mas na verdade também nada diz de concreto aos portugueses. Ou sequer a quem não se sente atraído pela Direita. Tão pouco ao centro. Convenhamos PNS é só fumaça e ruído. 

E começa a parecer-se com o alucinado da Direita que, também ele, pensa com angústia numas eleições que lhe emagreçam o ajuntamento informe que conseguiu arregimentar  Isto acaba por passar sem deixar saudades mas corre-se o risco de ficarem cicatrizes

estes dias que passam 940

d'oliveira, 12.10.24

encontros imediatos do 1º grau?

mcr, 12-10-24

 

Eu não sou um admirador, sequer um votante do actual 1º Ministro. Nem do partido dele, opção de voto que nunca me ocorreu. 

para mal dos meus pecados, fui sempre votante do PS  até me fartar e refugiar-me na abstenção que, convenhamos, é um má escolha mesmo se a única posível para quem faz ponto de honra (e desde 1969...) de ir votar sempre que for possível, isto ´s sempre que há uma eventual escolha. 

Por outro lado, nunca tive a atração do abismo  mesmo se alguma vez o PC sob o falso pseudónimo de CDU  pudesse ter aparecido como um mal menor. 

quanto ao resto dos partidos , estamos conversados. O CDS cheirava-me a água benta e bafienta, enquanto as insignificâncias ditas de Esquerda nunca ultrapassaram a faseda acne política juvenil que ao invés da outra mais física não descola da organização que a sofre.  

Finalmente, bastou-me ter sobrevivido  ou malvivvido trinta e três anos ao purulento regime autoritário, rural, catolicão e reaccionário inaugurados pelos militares do 28 de Maio e aperfeiçoado por um lente de Coimbra, misógino, desconfiado e ulta-conservador para sentir uma ojeriza medonha aos radicalismos de Direita.

Dito isto, vamos ao que importa. Aquela alucinada criatura que dá por Ventura veio, subitamente afirmar que tivera reuniões sigilosas com o sr Montenegro. Uma delas teria ocorrido em Setembro do pretérito ano e outra já depois das eleições. 

Não vou sequer ºpreocupar-me com o conteúdo das conversas que, de resto., também não foram reveladas. 

O sr Montenegro negou terminantemente tais encontros pelo que alguma opinião pública entendeu debater a questão. Na generalidade, et pour cause, foi a Esquerda (ou o que sep resume como tal, que aceitou a alegação venturista ou fingir ficar perturbada com esse (s) encontros(s) fantasma(s).

Pesioalmente e sem fazer qualquer favor ao sr Montenegro, tenho por praticamente garantido que se trata de uma mentirola ditada pelo desespero. 

Há mais de um ano que Montenegto repete e volta a repetir que não quer qualquer relação com o partido dhega. E junta sempre um toque provocatório à coisa, afirmando que o Chega é tudo e o seu contrário pelo que conversas com aqula gente é tempo perdido. tudo sob o slogan "não é não"" que quase se tornou nma espécie de eco porquanto, o Ps e sobretudo a rapaziada esquerdista entendeu que o "não"  era um disfarce e que Montenegro ansiava aliar-se ao nacional-populismo de Ventura.

Entretanto, e spbretudo neste ano, osataques ao Chega multiplicaram-se por parte do actual partido de governo e as acusações sobre o cataventismo cheguista ssubiram de tom. 

Não se percebe bem, como é que neste clima de desconfiança e, sobretudo, d desdém Montenegro recebesse Ventur ou este, tentasse um encontro com quem o maltratava e ostensivamente desprezava.

Claro que tudo pode suceder, sobretudo, quanto a política se traveste de politiquice e de sonsice rasteira. Aceito até, que, algum personagem menor do PPD , algum deputado, por exemplo, possa ter conversado com um colega da Direita. 

O mesmo tem acontecido, e é público e notório, com contactos ocasionais mas oficiosos de responsáveis socialistas e sociais democratas.  Todavia, que se saiba os senhores Pedro Nuno e Montenegro só se encontraram duas vezes para falar sobre o Orçamento e, eventualmente, mais qualquer outra coisa.

Por outro lado os alegados encontros todos já com alguma respeitávl antiguidade, só agora é que foram "revelados". Alguém no seu perfeito juízo acredita que tenha sido possível ocorrerem e ninguem saber deles? Ninguém deu com  língua nos dentes? Ninguém pôs a boquinha no trombone?

Alguém, mesmo sem ter qualquer espécie de consideração por Montenegro, acha-o tão estúpido que se deixe enredar num encontro que só o prejudicaria no eleitorado do Centro para yer um conversa  com o conducator da Direita populista e nacionalista? 

Convenhamos: Montenegro sabe perfeitamente, e já há bastante tempo, que se porventura houver eleições por rejeição do Orçamento haverá consequências para quem as provocar. sabe mesmo, que o Chega pode perder uma boa parte daqueles deputados indistintos do Chega que só servem para levantar e sentar o dito cujo  à ordem do chefe. Também sabe (no PS também há quem saiba...) que se o PS chumbar o Orçamento irá pagar tal atrevimento nas urnas. Mesmo que PNS jure que prefere perder eleições a abandonar seus princípios (quais?) o partido  mnda-o para o degredo, corre com ele mais depressa do que um suspiro. 

Montenegro, está no poleiro, e sabe que o tempo, e as benesses jogam a seu favor. Para quê deitar tudo isto fora? A menos que o homem seja um tonto de atar e c que cristalize politicamente no ortorrômbico, ele nunca caírá nesta armadilha. 

Falar com Ventura é tóxico. Falar com Ventura quando se considera que este é um catavento é uma perda de tempo. E provavelmente uma infinita chatice.  Mesmo que homem só falasse de futebol domínio onde não passou da mediocridade... 

Não me apetecia tocar neste tema mas, convenhamos, est modus in rebus!

 

estes dias que passam 939

d'oliveira, 08.10.24

morrer da cura...

mcr, 8.10-24

 

 

A velhice como afirma a minha sábia mãe, é uma doença. Eu, menos experiente, acho que a idade é uma valente chatice. Já aqui o disse mesmo se om isto faça um verso de pé quebrado.

Entre as misérias que afligem os velhos, e não são poucas desdes os dentes que se vão, os cabelos que desaparecem, as carnes que engelham, as forças que falham, os ouvidos que perdem sensibilidade e mais m par de coisas que deixam de funcionar, está um par de doenças das que não matam mas amolam. Destas, porque a sinto nesta pele cansada, está o diabetes dos velhos, coisa que se vi resolvendo com um par de mezinhas que, normalmente, restabelecem um frágil equilíbrio desde que não se abuse da boquinha, outro prazer que se vai negando a quem entrou na terceira idade. 

Eu, que de novo já nada tenho, além de ter uns olhos ameaçados pela "mácula" que vou combatendo com injecções periódicas para que a coisa não atija proporções maiores das que já tem, tenho como uma imensa legião de contemporâneos, o raio do diabetes b.  A coisa, se controlada, não implica sofrimento . Claro que há alimentos proibidos ou censurados mas na maioria dos casos o regime alimentar não sofre especiais perturbações

A receita é simples. Para além das restrições culinárias tom o dois comprimidos para o diabetes e um terceiro para manter a tensão dentro dos seus normais limites. convenhamos que isto se tomado ao pequeno almoço e ao jantar, não incomoda ninguém, É apenas mais uma rotina  mais que tolerável.

Todavia, ao fim de mais de meia dúzia de anos deste regime, comecei a reparar que os valores do açúcar medidos uma vez por dia em horários variáveis, excediam largamente aquilo que sempre tinham sido as metas(entre 90 e 150) Primeiro pensei que er o aparelho medidor que estaria a fazer das suas (fadiga, intervenção do Mossad, quiçá de algum inimigo menos distante, enfim, algo se passava) . Depois comecei a suspeitar do genérico que e, mã hora me fora aconselhado por uma farmaceutic de uma farmácia onde só entrei uma vez. 

entretanto, consegui marcar uma consulta com a minha médica de sempre (que, aliás, me vai abandonar para passar à peluda) e descobri envergonhado que aquilo que, nos últiimos dois meses eu tomava parao controlo do diabetes era afinal um genérico do remédio para a regularização da tensão. Em poucas palavras: andei dois meses a permitir que os açúcares maus me fossem ocupando o futuro cadáver sem oposição da mezinha habitual.

Se eu tivesse, como devia, e agora exigi, comprado o medicamento certo sem pseudónimos genéricos, estaria não digo maravilhoso mas razoavelmente defendido.

Afinal fora a criatura da farmácia que se distraíra e trocara, espero que inocentemente, um medicamento por outro ainda por cima repetido .

Aguardo com a natural ansiedade  os resultados da picadela de amanhã pois hoje vou dar tempo ao comprimido salvador. 

Que todos os meus males, dada a minha vetustez, sejam estes já é uma meta de esperança. Ao que sei não corri perigo de vida mas se a coisa continuasse haveria obviamente consequências que não seriam agradáveis. 

Alguém, desse lado invisível poderá repontar que me bastaria ter lido a famosa #literatura inclusa, que acompanha as pílulas. Sempre responderei que, à uma aquilo vem em letra pequeníssima  mesmo para quem tem olhos de falcão peregrino. Depois o jargão farmacêutico é tão chato e peado quanto o jurídico. finalmente, descendente de uma longa teoria de médicos e farmacêuticos tenho por norma de vida (e de preguiça) confiar cegamente no que me receitam, seguir a prescrição à risca, e não me preocupar. Até há meses a coisa deu certo e, se tudo correr como propõe o meu inestimável doutor Pangloss (eu sou um voltairiano radical)  tudo ira pelo melhor no melhor dos mundos.