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Incursões

Instância de Retemperação.

Incursões

Instância de Retemperação.

O afogamento da comunicação social

O meu olhar, 14.02.17

 

Alguns meios de comunicação social estão grudados na agenda política do PSD e CDS. Este posicionamento evidencia-se, por exemplo, pelo destaque que dão à actual batalha destes dois partidos: a CGD e o Ministro Mário Centeno. Torna-se evidente para toda a gente que esta batalha tem um duplo objectivo: retirar a atenção dos resultados obtidos pelo Governo em 2016 e descredibilizar o processo da CGD para fragilizar o Banco público.

Que aqueles partidos façam isso, mesmo contra o interesse público, é lá com eles. As ações ficam com quem as pratica. Agora que alguma comunicação social faça disso um cavalo de batalha é que não se entende. Assumem como sua essa guerrilha.

Um exemplo disso: Hoje na Antena 1, um jornalista de seu nome António Jorge, fez aquilo a que chamou uma síntese das “notícias” dos jornais diários. Pois bem, o que ele fez foi mencionar um conjunto de opiniões sobre o tema da agenda PSD/CDS (CGD/ Centeno). E todas no mesmo sentido. Aliás esta é uma prática recorrente deste jornalista: quase não fala de notícias mas sim de opiniões, destacando sempre as que vão ao encontro da narrativa do PSD/CDS. Porque será?

 Outro exemplo: hoje a TSF fez o Fórum sobre… pois é, sobre Mário Centeno. Mas há assunto mais importante neste país para tratar? Bom, o pouco que ouvi dos intervenientes desconhecidos defendia o terminar desta novela, mostrando-se satisfeitos com a prestação de Mário Centeno, quer como Ministro quer como gestor do processo CGD. A votação foi 80% a favor de Mário Centeno e 20 % contra. Pois bem, e qual foi o posicionamento do jornalista de serviço, por sinal segunda linha de poder na TSF? Bater forte e feio em Mário Centeno. Até pincelou a sua análise com juízos de intenções maquiavélicas. Enfim, jornalismo de rigor e isenção.

 

As pessoas estão fartas do tipo de oposição desenvolvida pelo PSD/CDS. As sondagens mensais, que por sinal são pouco divulgadas pela comunicação social, vão dando conta do avanço do PS e da estrondosa derrocada do PSD e sobretudo de Passos Coelho.

O problema é que a comunicação social, ao agarrar-se ao náufrago vai-se afogando juntamente com ele. Ao assumir a mesma agenda do PSD e CDS  e batalhar pelas suas causas, a comunicação social é arrastada para o charco da descredibilização.

São opções.

Agenda única

O meu olhar, 26.01.17

 “Olha lá Montenegro, que número podemos inventar neste início de ano? Temos que meter pedras na engrenagem. Aquilo vai a todo o vapor e nós estamos a ficar para trás!” Esta bem podia ser uma conversa entre Passos e Montenegro, comodamente sentados no sofá. E inventaram. Criaram um número que ninguém esperaria: vetar o que sempre aprovaram, por mera tática política. Pois bem, e a comunicação social só falou e fala disso o tempo todo ( e do frio, claro).  

Sempre que o PSD de Passos se lembra de um novo número a agenda da comunicação social passa a ser dominada por isso e desenvolve-se uma cadeia de comando, interligada numa rede muito própria que tresanda a Miguel Relas. Sim esse criador de redes de comunicação social. Um especialista, digamos. Saiu, mas a obra continuou e agora temos que levar em cima com todos os números que o PSD de Passos decide criar. São comentadores, são opiniões publicadas e discursadas, são fóruns nas TV’s e nos rádios para “dar voz” à opinião pública sobre esses temas devidamente enquadrados por “ especialistas”,

Nem a primeira entrevista de Marcelo escapou a essa agenda. Em vez de se tratarem das grandes questões do país, do que interessa para a vida presente e futura dos portugueses, os entrevistadores rosnaram nas canelas do Presidente a salivar a agenda única.

Para tudo há limites – Marcelo Presidente??

O meu olhar, 16.12.15

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O candidato à Presidência Marcelo Rebelo de Sousa quer passar uma imagem de um político responsável, equilibrado, sensato e conciliador. No entanto, ele é tudo menos isso.

Vejamos um exemplo da verdadeira natureza de Marcelo na resposta à pergunta: porque existe uma inimizade tão forte entre Balsemão e Marcelo?

 

 “Traiu-me várias vezes desde que, em 1972, o chamei para colaborar comigo no ‘Expresso’”, desabafou Pinto Balsemão em entrevista ao “Independente”. 

Balsemão traçou-lhe o perfil na última entrevista que deu ao jornal de que é dono, em 2011. “É uma pessoa superintelegente, mas à procura de tantos esquemas acaba por trair, não apenas os outros mas a ele próprio.”

 Freitas do Amaral conta, nas suas memórias políticas, que “cada conselho nacional do PSD era uma batalha campal, em que a autoridade do líder (Marcelo) era sempre posta em causa”.

O analista político (Marcelo), mesmo dentro do governo da AD, primeiro como secretário de Estado da Presidência do Conselho de Ministros e depois como ministro dos Assuntos Parlamentares, não deixou de conspirar e, pior que isso, de tornar pública a sua desilusão com tudo o que estava a acontecer. Nas entrevistas, o ministro dos Assuntos Parlamentares admitia que a AD já tinha cometido “erros graves”, apelava a uma remodelação em público e ameaçava bater com a porta. 

Demitiu-se, mas combinou com o primeiro-ministro ( Balsemão) guardar segredo até às autárquicas para não lançar a bomba à porta das eleições.

“Apresentou a demissão quatro dias antes das autárquicas, com a promessa de nada revelar até às eleições, mas no próprio dia ou no dia seguinte a notícia estava no ‘Expresso’”, conta Balsemão, na biografia de Vítor Matos do comentador político. “O episódio marca o ponto final numa amizade de dez anos”, relata o jornalista. 

 

A notícia completa pode ser vista aqui:

http://www.ionline.pt/400912#close

Mas estes tipos não trabalham?

O meu olhar, 15.12.15

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“Mas estes tipos não trabalham? – era o que me vinha à cabeça quando via  Pedro Passos Coelho, Paulo Portas ou algum dos ministros  ou secretários de Estado nas televisões em “visita oficial” a… não importa o quê nem onde. Eles estavam todos os dias, em todo o lado, em eterna campanha. Neste último ano, então, tínhamos direito a doses avantajadas com vários ministros, secretários de Estado e, claro, a dupla Pedro & Paulo.

E as televisões e rádios sempre presentes em todo lado porque a máquina de comunicação do anterior Governo funcionava na perfeição.

E governar que era aquela coisa para a qual foram eleitos e eram pagos? Nada. O Governo devia estar em piloto automático. Depois admiram-se que o Portugal2020 não avançasse; que o problema do Banif ficasse pendurado; que as últimas privatizações tivessem sido feitas a correr e atabalhoadamente; que os diplomas não apresentassem regulamentação; que algumas leis parecessem ter sido feitas por extraterrestres…

Veio-me esta ideia agora à cabeça porque com o actual Governo passa-se exactamente o contrário: quase não se ouve nem vê um membro do Governo. Onde é que eles andam? Talvez a fazer o que se espera deles, a trabalhar, que a situação não está para passeios!

Todavia, considero que seria útil que o Governo não descuidasse a comunicação para que o espaço na comunicação social não seja só deixado a bocas, boatos e análises. A fonte directa é muito importante.

Afinal sou ou não sou povo?

O meu olhar, 03.12.15

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Estou baralhada. Durante a discussão do programa do Governo ouvi, inúmeras vezes, os deputados do PP e do PSD afirmarem “ o povo votou em nós, para que fossemos governo” “ O povo não votou na maioria que suporta este governo” “o povo foi enganado porque não votou nesta maioria” … o tema foi trabalhado de todas as formas e feitios mas, na essência, atirava, a mim e aos 63% dos eleitores que não votaram na coligação de direita ( que agora já começa a fingir que está ao centro) para fora do “povo português”.

Ora eu sou tão povo como qualquer um dos eleitores que votaram na coligação de direita. Mais, farta de ouvir interpretar o meu voto eu digo claramente: votei PS para que governasse o PS e sempre sonhei que a esquerda se entendesse e trabalhasse para o mesmo fim. Por isso dou os parabéns a António Costa pela capacidade de negociação e pela paciência em se sujeitar a aturar o batalhão de cronistas e comentadores ao serviço do PP e do PSD; dou os parabéns ao PCP, Bloco de Esquerda e ao Verdes pela capacidade de colocar acima do que os separa aquilo que os une que é o interesse deste povo. Sim, deste povo do qual orgulhosamente faço parte.

A grande golpada – O Governo técnico

O meu olhar, 18.11.15

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Cavaco passeia-se pela Madeira, ouve todos e mais alguns, faz declarações partidárias, ri-se (sabe-se lá de quê) e prepara-se para nos servir, frio, um governo a que vai chamar de “técnico”. As Associações patronais que “visitaram” Cavaco deixaram escapar para a comunicação social a hipótese, apontada por Cavaco, de um Governo de iniciativa presidencial. Ninguém ligou, de absurda que era essa ideia. Mas a Cavaco nada interessa. No alto do poder que lhe resta e vestido de um manto de vingança e prepotência, prepara-se para anunciar pomposamente ao país a sua decisão: um governo "técnico", escolhido por si. E vai justificar com a sua veia partidária (não tem outra): tudo é preferível a um Governo do PS. E vai aproveitar para continuar a fazer, mais uma vez, campanha a favor do PSD.

E a Assembleia da República? Bem, a maioria vai rejeitar esse governo.

E Cavaco o que faz? Cavaco, numa atitude de “quero, posso e mando” coloca o governo chumbado em gestão…”técnica”.

E Marcelo? Diz que se ganhar fará o que for mais “oportuno” na altura. Ou seja; votem em mim que depois terão a oportunidade de saber o que farei…

 

E o país? O país votou uma maioria parlamentar que apoia um governo que Cavaco bloqueia, degradando assim a situação económica, política e social do país. A troco de quê? Em benefício de quem?

 

Haja decência – Cavaco e Marcelo

O meu olhar, 17.11.15

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As últimas declarações de Cavaco Silva provam, se é que alguém ainda tinha dúvidas, que Cavaco é um presidente partidário, que defende exclusivamente os interesses políticos ( e não só) do PSD. Preparar-se para nos brindar com um governo de gestão quando tem um partido com apoio maioritário no parlamento é um acto grave. O que isso pode fazer à nossa economia só um ignorante ou um fanático partidário pode ignorar. Diz Cavaco que temos dinheiro de reserva. Pois temos, mas estamos a pagar juros para o ter. E essa reserva é para gastar com a crise que ele, enquanto presidente, se propõe criar? Haja decência.

Neste momento difícil, em que Cavaco se prepara para deixar o país pendurado e ainda nos tentar vender a ideia que isso é o melhor para o país, é importante lembrar que Marcelo Rebelo de Sousa é da mesma família política, com os mesmos interesses atracados e, como alguém me dizia há dias, ainda mais perigoso, já que é um mestre na simulação. A prova disso são as respostas redondas que dá sobre o que faria na actual situação se estivesse no lugar de Cavaco.

Quem não dá respostas claras está a querer agradar a todos. Com essas respostas redondas cada um lê nelas o que quer ou deseja. Eu não tenho dúvidas: outro ex-presidente do PSD na presidência, NÃO. Cavaco já nos chegou.

Porque vou votar António Costa

O meu olhar, 02.10.15

Nunca estive ligada a nenhum partido. Votei nas diversas eleições de acordo com o que considerei ser o melhor para o país em cada momento. Nestas eleições não tenho qualquer tipo de dúvida: voto António Costa.

Eu voto António Costa porque é uma pessoa competente como gestor da causa pública, com provas dadas disso mesmo. É inteligente, culto e honesto. Não se lhe conhece um único caso, bem pelo contrário. Deu provas de estar no serviço público de forma séria e com responsabilidade.

Eu voto António Costa porque é o único que pode derrotar este governo de Pedro & Paulo que nos roubou (diretamente dos nossos bolsos) que incentivou os nossos filhos a irem para o estrangeiro. Fizeram-no tirando-lhes a confiança em Portugal e dizendo mesmo: vão! É bom para o governo que os nossos jovens (e não só) estejam no estrangeiro: assim não contam para a estatística do desemprego. Este governo demonstrou que só pensa nisso: estatísticas. As pessoas não interessam e os números, todos o sabemos, podem ter sempre as leituras que lhe quisermos dar, com a agravante que podem ser manipulados.

Eu voto António Costa porque acho que mereço (merecemos) ser governados por uma pessoa decente, de forma transparente e com um projecto sólido e sério para o país. Não merecemos continuar a ser inundados todos os dias por mentiras, maquilhagem de números e de factos e lavagem ao cérebro por comentadores encomendados. Este governo banalizou a mentira. Já nem se valoriza mesmo as mentiras mais importantes: é apenas um somatório.

Eu voto PS porque os votos nos partidos mais pequenos são um sinal de protesto, o que é muito válido, mas isso não resolve o maior problema que temos neste momento: livrar Portugal e os portugueses de viverem mais quatro anos de pesadelo, de incompetência, de manipulação e de mentira.

Chega!!

Os jornalistas também têm família...

O meu olhar, 20.08.15

“ Os jornalistas também têm família e precisam de comer” esta frase foi dita por um jornalista numa conversa sobre a falta de rigor e profissionalismo de muitos jornalistas que se se tornam meros “papagaios” das agendas preparadas pelo poder, quer politico quer económico. Esta pode ser uma explicação para essa colagem/servilismo face ao poder, mas a mim não me convence. Podemos sempre fazer escolhas.

Eu sempre considerei muito a profissão de jornalista. Penso que têm (ou deveriam ter) uma missão importante a cumprir numa sociedade democrática. Mas o que vejo e ouço é muito mau, mesmo muito mau. Hoje no DN li a notícia sobre as declarações do antigo diretor do El Mundo, Pedro J. Ramirez, que criou um novo projecto, o El Español. Merece a pena ler a notícia e/ou ver o vídeo onde ele faz as declarações. Destaco aqui três das suas declarações:

”Nos jornais espanhóis quem manda não são os editores nem os jornalistas mas sim os proprietários e os acionistas”

“A imprensa deve desempenhar o papel de cão de guarda. Devemos ser o contrapeso contra a concentração do poder político e a concentração do poder económico”

"Nunca sacrificaremos os nossos princípios aos nossos interesses"

 

 

http://www.pressreader.com/portugal/diario-de-noticias/20150819/282157879987115/TextView